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O passo

Ele o herói. À volta, todos embasbacados. Magnânimo, condescende em dar ribalta à parceira de pândega. Agarrados, voam no tango, as mesas arrumadas a um canto para dar palco ao par, largueza no chão do tasco.

Exibição em alta, ela dá um passo lateral, inesperado: avança um pé, deixa ficar o outro, um passo estudado, intencional, complicado, um passo só para esclarecer quem manda, quem é a rainha ali. Um passo para tropeçar! Vingativa, a embriaguez.

19/05/2022

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Augusto Baptista

Natural de Oliveira de Azeméis, jornalista, cruza escritas: texto, fotografia, desenho. Tem livros publicados e realizou exposições (fotografia, desenho). Da direcção da Cena Lusófona e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.

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