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Histórias fugidias

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Aflito, o senhor grisalho aborda o jovem transeunte:

– Desculpe, tem qualquer coisa que escreva?

– Um lápis serve?

– Oh, muito obrigado!

E logo, num papelinho amarrotado, o senhor grisalho rabisca ágeis apontamentos.

– Conseguiu caçá-la? – pergunta o jovem.

– Sim, graças a si. E ao lápis – o senhor grisalho, agradecido.

– Pois eu, de sapatilhas, não perco uma. Se alguma me ocorre e se esgueira, corro e salto-lhe em cima.

–  Os anos pesam. Os anos pesam, caro amigo. Com a minha idade, nem de patins… Estou condenado a escrevê-las.

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10/08/2023

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Augusto Baptista

Natural de Oliveira de Azeméis, jornalista, cruza escritas: texto, fotografia, desenho. Tem livros publicados e realizou exposições (fotografia, desenho). Da direcção da Cena Lusófona e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.

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