Cara Francesca Perucci,

Há 30 anos, quando nos cruzamos fugazmente na cidade da Praia, Maria Velho da Costa era a Adida Cultural da Embaixada de Portugal em Cabo Verde. Não sei se a Francesca, à data empenhada em recolher informações estatísticas para as Nações Unidas sobre o papel da mulher caboverdiana na Economia do país, chegou a conhecer essa enorme escritora portuguesa que a “ramona celestial” levou no passado mês de Maio, mas sei que teria ficado fascinada pela força que ela nos transmitia.

Eu nunca falei com Maria Velho da Costa mas era e sou um leitor apaixonado pelas palavras que ela nos deixou – “moro no teu torso, perfume e falas”, escreveu ela num dos seus livros, no meu preferido “Corpo Verde”, com desenhos de Júlio Pomar. 

É aliás desse “Corpo Verde” o desenho, do também já ausente Júlio Pomar, que segue como postal e com o seu nome manuscrito no “post it” amarelo. Esperando que a Francesca, neste tempo de múltiplos recolhimentos, esteja bem, no seu escritório de Nova Iorque, onde julgo que agora dirige o Departamento de Estatísticas das Nações Unidas.

Inesperadamente,

Júlio Roldão

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Júlio Roldão

É jornalista desde 1977. Nasceu no Porto, em 1953, e estudou em Coimbra, onde passou, nos anos 70, pelo Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) e pelo Círculo de Artes Plásticas (CAPC), tendo, em 1984, regressado ao Porto, onde vive.

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