Querida escritora,
Desculpar-me-á a ousadia deste querida escritora, apesar de tudo bem melhor do que “doce escritora” como, confesso envergonhado, cheguei a rascunhar. Na verdade, a Dulce é uma querida escritora desde que li o seu “Retorno”, sendo também uma das âncoras que me prende, como assinante da edição em papel, à revista Visão onde, agora, é cronista residente.
A Dulce faz parte de um grupo de escritoras que inspiram a minha própria escrita. Um grupo de gente que escreve como eu muito gostaria de escrever. Além da Dulce, figuram nesse rol de escritoras mulheres como Alexandra Lucas Coelho ou Olga Gonçalves, entre outras. Cheguei a “roubar” a esta última escritora um reconhecido e reconhecível estilo, em discurso directo, que repliquei numa ou duas reportagens publicadas num jornal, já desaparecido, onde tive espaço para algumas ousadias comunicacionais.
E não cito, nem de perto, todas as marcas femininas que fazem com que ainda sonhe ser um pouco mais do que um escritor fantasma de discursos e outros rascunhos. Com que sonhe ser, mais do que o velho que aguarelava desenhos a lápis, um cronista como Rubem Braga, o escritor que descobri em “Trovões de Antigamente” – um dos meus livros preferidos.
Júlio Roldão