A árvore das patacas

 A árvore das patacas

Dillenia indica L. (direitos reservados)

Não sei se já ouviram algo deste tipo: “Não te dou mais dinheiro. Não posso. Não tenho uma árvore das patacas.”

A pataca foi uma moeda que circulou em algumas das antigas colónias portuguesas, tais como Timor, Macau e Brasil.

A árvore das patacas, também conhecida como árvore-do-dinheiro, deve o seu nome a acreditar-se que os seus frutos – as maçãs-de-elefante – poderiam ter patacas no seu interior. Mito? Ficção? Realidade? Por incrível que pareça, a árvore das patacas existe de facto. 

© Gerson L. Lopes

O seu nome científico é Dillenia indica e tem a particularidade de, quando da passagem de flor a fruto, as suas pétalas se fecharem sobre o centro, podendo ficarem retidos, no seu interior, quaisquer objectos de pequenas dimensões.

A planta foi introduzida no Brasil pelo então príncipe D. João, que a levou de Portugal, por ocasião da sua viagem à colónia, em 1808.

A estória da árvore das patacas começou, no entanto, com o imperador do Brasil Dom Pedro I. Conta-se que, por brincadeira, escondia moedas (patacas) nas flores da Dillenia indica. Assim, quando a flor se tornava em fruto, ficava com as moedas no seu interior.

Conta a história que o imperador colhia os frutos da árvore diante de todos, abria-os e, perante o espanto geral, retirava as patacas do seu interior. Consta até que terá enviado alguns destes frutos para Portugal com a mensagem: “Nesta terra, o dinheiro até nasce das árvores.”

Não admira que, no imaginário português, a árvore das patacas esteja associada à riqueza e ao dinheiro fácil.

19/05/2022

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Vítor Duque Cunha

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