A “mãe” de todas as ciências

 A “mãe” de todas as ciências

Estátua do filósofo grego Sócrates: o autoconhecimento como porta para a sabedoria e prática do bem. (Créditos fotográficos: Wikimedia Commons/Wikipedia)

Para os filósofos, o conhecimento de uma qualquer matéria, por mais abrangente que seja, é sempre insuficiente quando comparado como o saber absoluto. “Só sei que nada sei”, a frase atribuída a Sócrates (469-399 a.C.), sintetiza esta posição.

(Créditos fotográficos: morhamedufmg – pixabay.com)

Até finais do século XVII, todos os temas do conhecimento cabiam no âmbito da filosofia, incluindo os que hoje classificamos de científicos. Física, matemática, geometria, astronomia, ciências naturais, medicina e outras, tudo era “Filosofia”. Ainda hoje, em muitos países o doutoramento é referido por PhD (“Philosophical Doctor”), isto é, “Doutor em Filosofia”. Liberta dessas disciplinas, que conquistaram os respectivos caminhos, com recurso a uma importante componente experimental, mas sem se afastar do que delas recolhe ao nível das grandes sínteses, a filosofia reúne, actualmente, um conjunto de temas, por vezes, vagos e pouco acessíveis ao cidadão comum, livres das tecnologias laboratoriais, de campo, e outros que caracterizam a ciência.

(Créditos fotográficos: Louis Reed – Unsplash)

Resumidamente, a filosofia diferencia-se da investigação científica, na medida em que, praticamente, não necessita de recorrer a procedimentos experimentais. Foi pensando, especulando, debatendo e trocando ideias, ou seja, dialogando, que, mais de dois mil anos antes de haver esses recursos, nasceu a filosofia.

Note-se que a filosofia não é o que resta do processo de emancipação, de crescimento e de consolidação da ciência moderna. O seu carácter profundamente dinâmico e reflexivo faz dela o patamar mais elevado do génio humano.

(Créditos fotográficos: Alex Block – Unsplash)

Tendo por meta a globalidade do conhecimento, ao nível do absoluto e que, nessa medida, ela se assume como a “mãe” de todas as ciências, a filosofia usa para tal o pensamento, entendido como a expressão mais avançada da matéria após uma evolução de cerca de 13 800 milhões de anos, que se supõe ser a idade do Universo.

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30/11/2023

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A. M. Galopim Carvalho

Professor universitário jubilado. É doutorado em Sedimentologia, pela Universidade de Paris; em Geologia, pela Universidade de Lisboa; e “honoris causa”, pela Universidade de Évora. Escritor e divulgador de Ciência.

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