“A maior vitória aconteceu há 50 anos”

 “A maior vitória aconteceu há 50 anos”

Miguel Magalhães (“Maga”). (sporttv.pt – abola.pt)

“É uma grande vitória, mas deixem-me dar aqui um parênteses, porque a maior vitória aconteceu há 50 anos. Se […] estou aqui a discursar livremente e tenho liberdade de expressão, é graças às pessoas que, há 50 anos, lutaram para que eu, hoje, seja livre. 25 de Abril, sempre! E fascismo, nunca mais!”, declarou Miguel Magalhães, defesa lateral-direito do Penafiel, na “flash interview” da Sport TV, destacando o 50.º aniversário da Revolução dos Cravos.

“Estou aqui a discursar livremente e tenho liberdade de expressão […] graças às
pessoas que, há 50 anos, lutaram para que eu, hoje, seja livre. (sporttv.pt)

O futebolista de 25 anos, natural de Marco de Canaveses, assinalava a vitória sobre o União de Leiria (0-2), que quase garante a permanência da equipa duriense na II Liga. Mas não se ficou por aí. Em dia de celebrar o dia mais lindo da nossa História colectiva, “Maga”, como é conhecido no mundo do futebol, saudou o “25 de Abril” e os que lutaram para que ele e todos nós sejamos, hoje, cidadãos livres.

A declaração de “Maga” é incomum entre os profissionais de futebol. Como repórter, com vida feita nos jornais Record e Jornal de Notícias, raramente registei algo similar. Recordo Artur Jorge (1946-2024) e a equipa da Académica de Coimbra, que, em 1969, disputou a final da Taça de Portugal com a capa não traçada, em sinal de luto, bem como o treinador Joaquim Meirim (1935-2001) e Diamantino Miranda, antiga glória do Benfica e hoje comentador da CMTV, como aqueles (poucos) agentes do futebol que sempre se assumiram como antifascistas e a favor de Abril. “Maga” junta-se, agora, à equipa. Seja bem-vindo, pois!

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29/04/2024

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Soares Novais

Porto (1954). Jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. “Diário de Notícias”, “Portugal Hoje”, “Record”, “Tal & Qual” e “Jornal de Notícias” (JN) são algumas das publicações onde exerceu o seu ofício [Fonte: “Quem é Quem no Jornalismo”, obra editada pelo Clube de Jornalistas, em 1992]. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi delegado sindical e dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) [no biénio de 1996/97, sendo a Direcção do SJ presidida por Diana Andringa], da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) e membro do Conselho de Redacção do JN, do qual foi editor-adjunto do “Gabinete de Reportagem” e do “Desporto”. É autor do romance “Português Suave – Cuidado com cão” [1.ª edição “Euroedições”, em 1990; 2.ª edição “Arca das Letras”, em 2004], do livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”, da peça de teatro “E Tudo o Espírito Santo Levou” e da obra para a infância “A Família da Gata Pintinhas”. É um dos autores portugueses com obra publicada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Actualmente, integra a Redacção do jornal digital “sinalAberto”.

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