Alferes Malheiro: o revoltoso esquecido do “31 de Janeiro”
Alferes Malheiro é o revoltoso esquecido do 31 de Janeiro de 1891. Oficial do exército, o portuense Augusto Rodolfo da Costa Malheiro (1869-1924) teve um papel importante naquela insurreição militar.
A revolta teve como palco a cidade “Invicta” e ficou a dever-se às cedências do governo e da Coroa ao Ultimato britânico de 1890, considerando que Portugal, com o “Mapa Cor-de-Rosa”, pretendia ligar, por terra, Angola a Moçambique.
Por via da sua participação, o alferes Malheiro teve de fugir para Espanha e, posteriormente, para o Brasil. Em Minais Gerais, frequentou o curso de Engenharia e envolveu-se na revolução, assumindo a chefia dos alunos da Escola Militar. Ferido em combate, o alferes Malheiro viu os serviços prestados reconhecidos pelo governo brasileiro e tornou-se capitão honorário do exército.
Após o regresso ao nosso país, ocupou o posto de capitão no Regimento de Infantaria 16, já sob o regime da República. Mas fez questão de acompanhar o batalhão expedicionário a Angola como voluntário, pois “tinha sido dado como incapaz para servir nas colónias”.
Comandou, também, a “Coluna Negra”, que combateu a “Monarquia do Norte”, a acção contra-revolucionária ocorrida no Porto, a 19 de Janeiro de 1919, pelas juntas militares favoráveis à restauração da monarquia em plena Primeira República.
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Nota final:
Apesar da sua importância histórica, o “31 de Janeiro” não foi assinalado por estes dias. Nem mereceu qualquer referência no sítio oficial da Presidência da República Portuguesa.
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05/02/2024