Como está o sector da Cultura, em Coimbra?
“Penso que o sector cultural, em Coimbra, está bem e é saudável. Conta com muitas associações e com muita diversidade. Talvez falte, aqui, um bocado de massa crítica, no sentido em que, ao mesmo tempo, faltará um curso, uma faculdade ou qualquer instituição inerente à formação superior das artes plásticas”, observa Jorge das Neves, que encontrámos na Rua Castro Matoso, à porta da sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC).
Na sua perspectiva, “se Coimbra não tiver estrutura para que isso aconteça, deve ter a capacidade de a criar”. “A nível de eventos culturais, julgo que tem. O que parece não ter é uma população jovem interessada e com vontade de meter as mãos na massa e de fabricar, de fazer coisas. Para tal, é preciso que veja e que saiba ver coisas [criações artísticas] para que também as possa produzir”, sublinha este artista plástico.
Ciente de que a cultura tem muitas acepções e que está associada a múltiplas manifestações artísticas, Jorge das Neves considera que, em relação às artes, Coimbra tem uma programação diversificada, bem como “algumas instituições fortes, que são referências nacionais”, a exemplo do CAPC, do Centro de Artes Visuais (CAV, localizado no Pátio da Inquisição e responsável pela produção de exposições no campo da fotografia e da imagem em movimento, como o filme e o vídeo) e do Colégio das Artes (unidade orgânica da Universidade de Coimbra que opera no contexto da arte contemporânea, relacionando-se com a arquitectura, com o cinema e com as artes performativas), entre outras.
A este propósito, Jorge das Neves reconhece que “Coimbra é uma boa lição, porque apresenta muita actividade no campo das artes plásticas”. “Sobretudo, se atendermos à sua população e à sua dimensão. E também ao facto de estar longe dos grandes centros de decisão”, argumenta.
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06/07/2023