Erro crasso

Exército romano de Marco Licínio Crasso contra o exército parta. (Imagem de yeowatzup – www.maioresemelhores.com)
Marco Licínio Crasso (114-53 a.C.) foi um político da República Romana eleito cônsul por duas vezes e é considerado, na História, como o mais rico romano de sempre.

Carlsberg, em Copenhaga, na Dinamarca.
(pt.wikipedia.org)
Conhecido mais pela sua riqueza do que pelo seu talento militar, este membro do primeiro triunvirato romano ao lado de Pompeu e de Júlio César, foi incumbido de subjugar os Partos, um povo persa inimigo de Roma.
À frente de sete legiões, cerca de 50 mil soldados, marchou contra o inimigo que considerava presa fácil. Tão fácil que abandonou as tácticas militares mais elementares, colocando-se, desta forma, numa posição estratégica desfavorável, mesmo tendo em conta a sua enorme superioridade numérica.
O resultado foi uma derrota estrondosa na batalha de Carras (actual Harã, na Turquia), tendo morrido a maior parte dos soldados romanos, incluindo o próprio Crasso.

Devido a este enorme erro grosseiro ou grave equívoco, do ponto de vista da estratégia militar, ficou a expressão “erro crasso”, que significa exactamente erro estúpido ou grosseiro.
Refira-se que a origem de “crasso”, de acordo com os especialistas, advém do adjectivo latino “crassus”, que significava “gordo, espesso”, tendo posteriormente adquirido, por figuração e ainda em Latim, o sentido de “grosseiro, tosco, rude”. Trata-se da mesma palavra que está na raiz do substantivo “graxa”, que corresponde a “feito de gordura”.
Esta expressão, como muitas outras, precisa de confirmação histórica e filológica. Neste caso, o adjectivo “crassus” já tinha sido utilizado pelo dramaturgo Plauto, quase um século antes de Marco Licínio Crasso ter nascido.
17/11/2022