Estrela Novais (1953-2024)

 Estrela Novais (1953-2024)

A actriz Estrela Novais foi uma das fundadoras da Companhia Seiva Trupe, juntamente com António Reis e Júlio Cardoso. (rtp.pt)

(Direitos reservados)

Estrela Novais partiu na noite em que a sua Seiva Trupe estreava mais uma peça, no Porto da sua infância e juventude. Tinha 70 anos (faria 71 anos depois de amanhã, 13 de Março) e uma vida inteira dedicada ao teatro. A paixão que sempre a inquietou. A actriz iniciou a sua carreira no Teatro Experimental do Porto (TEP), com a peça “Bodas de Sangue”, de Federico García Lorca.  Era uma miúda. Como também o era quando, em 1973, fundou a Companhia de Teatro Seiva Trupe – Teatro Vivo. Tinha, então, 20 anos e estava ao lado de dois actores maiores: António Reis (1945-2022) e Júlio Cardoso.

Júlio Cardoso soube da sua morte por um telefonema madrugador na última sexta-feira. O actor considerou-a um “animal de palco” e destacou “a sua generosidade em tudo”. “A Estrela nunca olhou para ela, olhava para os outros”, confirmou. Por seu turno, o actor Ricardo Castro, que foi seu aluno na Escola D. Pedro V, onde a actriz dava aulas de Expressão Dramática, considerou-a “uma mulher de luta”, que parte a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, comemoração “que ela adorava, porque sempre lutou pelos direitos das mulheres”.

Estrela Novais com António Reis, em “Antígona” de Sófocles/Brecht. (© Seiva Trupe)

Ricardo Castro destacou-a, também, como “uma mulher nova, com um sentido de humor fabuloso, com uma espinha dorsal incrível”, que incentivou muita gente “a seguir a carreira”. O que não nos espanta, sabendo que a vida de Estrela Novais foi uma constante interpretação do célebre poema “Pelo Sonho é que Vamos”, de Sebastião da Gama:

11/03/2024

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Soares Novais

Porto (1954). Jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. “Diário de Notícias”, “Portugal Hoje”, “Record”, “Tal & Qual” e “Jornal de Notícias” (JN) são algumas das publicações onde exerceu o seu ofício [Fonte: “Quem é Quem no Jornalismo”, obra editada pelo Clube de Jornalistas, em 1992]. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi delegado sindical e dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) [no biénio de 1996/97, sendo a Direcção do SJ presidida por Diana Andringa], da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) e membro do Conselho de Redacção do JN, do qual foi editor-adjunto do “Gabinete de Reportagem” e do “Desporto”. É autor do romance “Português Suave – Cuidado com cão” [1.ª edição “Euroedições”, em 1990; 2.ª edição “Arca das Letras”, em 2004], do livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”, da peça de teatro “E Tudo o Espírito Santo Levou” e da obra para a infância “A Família da Gata Pintinhas”. É um dos autores portugueses com obra publicada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Actualmente, integra a Redacção do jornal digital “sinalAberto”.

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