Georgina nunca será Cayetana

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Georgina Rodríguez nunca será Cayetana. Apesar do nariz empinado, das roupas caras e dos “milhões” que exibe quando oferece presentes ao namorado. À argentina-espanhola falta-lhe “pedigree”. E isso, como se sabe, não é coisa que se compre. Prova-o a sua pose de prima-dona e os termos que usa para atacar quem ousa contrariar as suas vontades. “Gio”, que – depois de se tornar namorada do “rei da bola” – passou a ser considerada apresentadora, actriz e celebridade, é um produto kitsch em todo o seu esplendor.

recebidos pelo primeiro-ministro português de então,
Durão Barroso, e reuniram-se, na tarde de 16 de Março de
2003 (há quase duas décadas), para a Cimeira das Lages
(nos Açores) que culminou, quatro dias depois, na
madrugada de 20 do mesmo mês, com o início da
intervenção militar no Iraque. (Créditos fotográficos: Daniel
Rocha – Arquivo do jornal Público)
Bem diferente foi Cayetana. A 18.ª Duquesa de Alba (1926-2014) desafiou preconceitos, amou plebeus, dançou flamenco, expressão máxima da cultura cigana e mourisca, apaixonou-se pelo jazz e admirou Goya e Picasso. Festejou o fim do franquismo e recusou-se a receber José Maria Aznar, primeiro-ministro de Espanha (1996-2004). Aznar, recordo, foi um dos três facínoras que, na cimeira das Lajes (2003), abanaram a cabeça a George W. Bush para que o traste ordenasse a invasão do Iraque.
Sou plebeu como Georgina. Mas detesto novos-ricos. Dano-me com as suas ostentações bacocas e ridículas. E entristeço-me com o facto das “Gio” deste mundo de merda serem colocadas no “trono” por uma imensíssima legião de fanáticos do pechisbeque…
Nota final:

duquesa de Alba.
(princemichaelschronicles.com)
A RTP2 transmitiu, na última semana, uma série que retratou a vida de Cayetana Fitz-James Stuart, 18.ª Duquesa de Alba. Cayetana faleceu em Novembro de 2014, aos 88 anos de idade, no Palácio das Duenas em Sevilha.
Foi uma mulher indomável e recusou ser pretensiosa e banal. Enfrentou a aristocracia espanhola, casando com um ex-padre (além de ter sido editor literário, escritor, tradutor e académico), Jesús Aguirre; e também com um funcionário público, Alfonso Díez Carabantes. A série pode ser vista na RTP Play.
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Nota do Director:
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02/01/2023