Grande lata!
O meu voto não contribuiu para a maioria absoluta do Partido Socialista (PS), pois sempre achei que o dr. Costa não é pessoa em que se possa confiar. Por isso, não estou nada surpreendido com as trapalhadas protagonizadas pelo seu governo.
Tais trapalhadas atrapalham a vida de todos nós, que as pagamos com língua de palmo. O “caso TAP” é a mais recente grande trapalhada do governo de António Costa. Não espanta que assim seja. Basta ver quem o dr. Costa indicou para titulares da pasta. Primeiro, um ministro azougado. Depois, um profissional da política desde de tenra idade, um “boy” como sói (ou é costume) dizer-se.
Como resultado, a TAP Air Portugal (Transportes Aéreos Portugueses) aterrou, com estrondo, no areoporto da polémica, dando origem às cenas de faca e alguidar que se conhecem. E também a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que, com a excepção do deputado do Partido Comunista Português, Bruno Dias, mais não faz do que lavar roupa suja em praça pública.
As trapalhadas têm sido de tal forma que alguns artistas se dão ao luxo de vir a terreiro botar faladura. Desde logo, o velho professor Cavaco Silva. Como se nós estivessemos esquecidos das trapalhadas por si protagonizadas, de que ressalta o “caso BPN”1 e da cena com os impostos que não pagou pela sua algarvia “Gaivota Azul”2 – apenas para, aqui, recordar dois exemplos. Ou o inefável dr.(?) Miguel Relvas, agora feito comentador televisivo que, apesar do seu cadastro, produziu a pérola acima citada, na legenda da fotografia. Convenhamos que um e outro têm lata. Grande lata!
A investida, apoiada pela generalidade das televisões, dos jornais e dos autoproclamados comentadores, é uma Operação Tutti Frutti3 que reúne toda a tropa fandanga. Mesmo que alguns se apresentem como gente preocupada com o futuro dos jovens e do Serviço Nacional de Saúde, com as pensões e reformas de miséria, com a boa gestão das finanças públicas ou com o futuro da transportadora aérea nacional. O seu passado prova, exactamente, o contrário. É bom ter isso bem presente, pois só assim não cairemos no logro.
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Notas:
1 – Como regista, por exemplo, a edição do Diário de Notícias de 8 de Janeiro de 2011, Aníbal Cavaco Silva e a sua mulher desfizeram-se da conta do BPN, entre o primeiro comunicado da Presidência da República sobre o caso e a apresentação da declaração de património e rendimentos como candidato a Belém, entregue, então, no Tribunal Constitucional.
2 – Como escreveu o jornalista José António Cerejo no jornal Público (edição de 1 de Outubro de 2016), “Cavaco pagou metade do IMI que devia ter pago durante 15 anos”.
O primeiro parágrafo da peça jornalística dava conta de que a casa de Albufeira do ex-Presidente da República foi reavaliada pelas Finanças no ano de 2015 e que o valor patrimonial quase duplicou face ao que constava da caderneta predial em 2009. Ou seja, os dados fornecidos por Cavaco Silva não eram verdadeiros.
3 – Recorrendo à Wikipédia, que assume as características de uma “enciclopédia livre”, lemos que o Caso Tutti Frutti é uma investigação e escândalo político ocorrido em Portugal e que tornou público o tráfico de influências entre executivos e membros do PS e do Partido Social Democrata (PSD) na preparação das listas para eleições autárquicas portuguesas de 2017. Como adianta a Wikipédia, entre os principais envolvidos terão estado Fernando Medina, enquanto antigo presidente da Câmara de Lisboa, o ministro do Ambiente Duarte Cordeiro e o ex-deputado do PSD, Sérgio Azevedo. Neste contexto, o Ministério Público assume formalmente suspeitas por vários crimes, avançados pela TVI e pela CNN Portugal.
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Nota do Director:
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29/05/2023