Inspiração: O incrível ser (e cruel) das pessoas
As pessoas são mais do que dizem e fazem.
Mesmo na atrocidade, podem ser mais.
Não a encontrei mais, mas ouvi uma expressão, em tempos, sobre como uma pessoa “respira, inspira e transpira”.
Era deliciosa, com bem mais ações e misturava a “mecânica” da Humanidade – o ar invade-nos, vive-nos, vai, parece perder-se, vem e ganha-nos de novo! i.e., a pessoa inspira.
(Guardemos o ar no peito.)
Misturava, dizia eu, o verbo que lemos com o nariz com o que dizemos da Alma ou do coração (por favor, escolha!): inspirah!
(Agora, respiremos.)
Ah depois de o ar nos assomar, esta pessoa que inspira somos nós que escrevemos, é a Tecnologia que conquista, é o Conhecimento a marcar passo e – por que não? – o simples prazer de respirar fundo…
Mas também é a merda que lemos, a Ciência que negamos, o Saber que contradizemos, até ao cigarro que fumamos.
(Inspira, expira. Respira.)
Por vezes… (Se já respiraste, diz a verdade.) Então é sempre difícil negar firmes certezas. Sobretudo se o tempo passa, a vida passa, as pessoas passam! e apenas continuam… As certezas.
O incrível ser das pessoas é certamente uma teimosia que não vou perder… Elas são sempre mais.
(Falta de ar) Infinitamente.
Incrivelmente, as pessoas são o único degrau acima das palavras – que, mesmo que não possam explicar, sentem.
São o perímetro da Tecnologia – mesmo que a Inteligência Artificial ganhe uma área própria, a Humanidade será fronteira.
Até o Conhecimento, em que em alguns casos se pode negar criação… Mesmo que seja bebido, são as pessoas que fazem dele Genialidade.
(Só respira)
Todos os dias, até antes da primeira inspiração ou do primeiro inspirar (por favor, escolha! Ou, se quiser, mantenha as opções), as pessoas transcendem-se.
Da mesma maneira que perdemos o instinto de controlar a respiração debaixo de água, para depois – às vezes até pagar para – aprendermos o que antes era inato… Por vezes, perdem-se anos – tantos quantos já se passaram desde que perdi aquela expressão sobre respirar – para sabermos que também a “mecânica” é genial.
Que é tão incrível inspirar como inspirahr!
(E transpira)
E porque crueldade se faz de requintes, quem mais cruel do que as pessoas?
As pessoas queimaram livros em praças públicas, jogaram um “vale-tudo” em nome da Medicina, sonegaram a Educação…
E celebraram estas decisões com um charuto, como quem comemora o nascimento de uma criança.
Incrível, não?