Maria vai com as outras
Quem já não ouviu esta expressão ou mesmo não mencionou alguém nestes termos? Certamente, refere-se a alguém sem vontade própria, a alguém com pouca personalidade e que se deixa arrastar para onde o levam. Talvez desconheçam que existiu mesmo essa Maria e que era rainha de Portugal.
Com a idade e com os desgostos da vida, D. Maria I tornou-se mentalmente instável e foi obrigada a entregar os negócios do Estado ao seu filho D. João, o qual ficou como príncipe regente até à sua morte. Depois, tornou-se rei, com a designação de D. João VI.
Devido à Primeira Invasão Francesa, a corte fugiu apressadamente para o Brasil, embarcando em Lisboa numa esquadra, a 29 de Novembro de 1807. No dia seguinte, as tropas de Junot entraram na capital portuguesa.
Consta que D. Maria, quando a pressionavam para se apressar para embarcar, virou-se para quem a apressava e exclamou: “Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir!”
Já no Brasil, pouco saía. Mas, quando o fazia, era guardada pelas suas damas de companhia, que a levavam a passear. O povo, então, olhava e comentava: “Olha, a Maria vai com as outras!”. A expressão ficou no imaginário popular.
05/05/2022