Natal

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Sem-abrigo no Porto é “um problema grave”. (© Amin Chaar / Global Imagens – dn.pt)

Agora, as ruas e praças do País, que são as casas dos sem-abrigo, estão cheiinhas de luzes. Muitas têm árvores de Natal gigantes e presépios vistosos. Mas eles, os nove mil sem-tecto, continuam lá: à entrada das lojas dos bancos e dos edifícios das classes mais abastadas.

Mulher sem-abrigo em Frankfurt. (Créditos fotográficos: Wolfgang van de Rydt / Pixabay)

Deitados em camas de papelão e cobertos por farrapos que não os protegem do frio gélido destes dias de Dezembro. Os seus braços leves, ressequidos, famintos na ausência das coisas, envergonham-nos a todos. Aos que deviam cumprir o artigo 65.o da Constituição da República Portuguesa, que diz: “Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.” E a nós, que não os obrigamos a respeitar a lei fundamental do País.

26/12/2022

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Soares Novais

Porto (1954). Autor, editor, jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP). Publicou o romance “Português Suave” e o livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”. É um dos autores portugueses com obra publicada na colecção “Livro na Rua”, que é editada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Tem textos publicados no "Resistir.info" e em diversos sítios electrónicos da América Latina e do País Basco. É autor da coluna semanal “Sinais de Fogo” no blogue “A Viagem dos Argonautas”. Assina a crónica “Farpas e Cafunés”, na revista digital brasileira “Nós Fora dos Eixos”.

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