“O Arreda”

“O Arreda”: Afonso de Bragança, duque do Porto e o último príncipe herdeiro da monarquia portuguesa. (Direitos reservados)
“O Arreda” era uma figura muito conhecida em Lisboa, nos finais do século XIX e nos princípios do século XX. Não era, no entanto, uma figura qualquer. Chamava-se Afonso de Bragança, sendo o segundo filho do rei D. Luís I e da rainha Maria Pia de Sabóia. Ou seja, era o irmão mais novo do rei D. Carlos.

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Ao ser um príncipe português, tinha vários títulos, entre os quais duque do Porto, condestável do reino e foi o último vice-rei da Índia. Apesar destes títulos, ficou mais conhecido, nas bocas do povo, como “O Arreda”. Porquê?
O príncipe Afonso era amante de carros e de velocidades “estonteantes” para a época. E, como tal, percorria as ruas de Lisboa no seu automóvel, gritando “Arreda, arreda!”, para que os peões e as carroças lhe saíssem da frente. Este seu cuidado, para não ocasionar desastres, valeu-lhe, da facção republicana, o epiteto de “O Arreda”.
Embora se acredite que parte deste cognome lhe advenha das deslocações que fazia no seu próprio carro, a verdade é que, como comandante da Real Associação de Bombeiros Voluntários da Ajuda, também percorria as ruas de Lisboa num carro de bombeiros, pago pelo próprio bolso, a alta velocidade, gritando “Arreda, arreda!”, para desimpedir o caminho ou a via pública, atendendo a que não havia sirenes nesse tempo.

A sua paixão por estas novas carroças sem cavalos levou-o a ser o impulsionador e organizador das primeiras corridas de automóveis em Portugal. Quem ganhou a primeira corrida? Essa é outra estória que penso contar, oportunamente.
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20/07/2023