O que a preocupa enquanto jovem?

 O que a preocupa enquanto jovem?

Daniela Bretes tem 20 anos, é natural de Belas (Sintra) e estuda Ciência Política. (© Vanessa Pinto – sinalAberto)

“Como será o futuro dos nossos jovens? Terão eles condições para uma vida estável? Será que terão de emigrar?” Estas são das questões que mais tenho ouvido, nos últimos tempos, em Portugal.

Pais preocupados porque não sabem como será o futuro dos seus filhos. Jovens desmotivados por não conseguirem exercer o que gostam no seu país, onde, ao contrário de se sentirem em casa, se sentem inseguros e com medo do amanhã.

Daniela Bretes é estudante de Ciência Política e refere que, no que concerne à formação académica em Portugal, esta deveria ser mais valorizada. “É um investimento que os jovens fazem na sua carreira profissional, mas que não veem esse investimento a dar lucro”, afirma a estudante universitária.

Daniela Bretes acrescenta que “é preciso dar mais espaço para que os jovens tenham oportunidades de emprego dentro das suas áreas de formação e que sejam renumerados de forma justa”. “Digo isto, não por ser jovem, mas por acreditar que esta valorização beneficia todas as gerações. O trabalho é uma parte central da nossa economia e, se não houver ninguém para o fazer, esta fica totalmente dependente de setores como o do turismo, que já tem vindo a apresentar algumas dificuldades por conta da falta de mão de obra no ramo”, argumenta a estudante, preocupada com o seu futuro profissional.

“É preciso dar mais espaço para que os jovens tenham oportunidades de emprego dentro das suas áreas de formação e que sejam renumerados de forma justa”

No que diz respeito ao setor imobiliário, por exemplo, este tem atingido valores inalcançáveis para muitos jovens que estão a dar os primeiros passos na vida adulta. Para Daniela Bretes, esta constitui outra das suas principais preocupações: “A atual especulação dos valores de arrendamento e de compra de qualquer imóvel, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas, preocupa-me bastante”. “Principalmente, pelo facto de colocarem em risco os estudos de milhares de jovens que se deslocam dos seus lares em busca de melhores oportunidades de emprego e por interferirem com a sua autonomia e independência”, como observa Daniela Bretes.

O panorama recente do país tem gerado um nível de ansiedade muito elevado nos jovens e o que se espera é que, daqui em diante, Portugal possa reunir todas as condições para que os seus permaneçam “em casa” e não necessitem de emigrar, a fim de procurarem uma vida melhor.

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Nota da Redacção:

A rubrica “Vozes da rua”, que hoje iniciamos, pretende levar-nos a falar e a sabermos o que mais preocupa as pessoas com as quais nos cruzamos diariamente. De facto, queremos ouvir os cidadãos comuns e as ditas vozes do povo.

Assim, uma vez por semana, vai ser apresentada uma pergunta diferente a uma pessoa diferente, sobre um assunto igualmente diverso e que incida na vida quotidiana dos cidadãos ou que constitua uma preocupação social.

Com a rubrica “Vozes da rua”, o jornal sinalAberto remete-nos para as vozes do povo e dos que não costumam ter espaço para se manifestarem. Contribuindo para um jornalismo cívico e envolvendo mais os cidadãos e os nossos leitores nos processos políticos e sociais, teremos, forçosamente, de dar atenção às vozes das pessoas que, habitualmente, não são escutadas.

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22/06/2023

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Vanessa Pinto

Vanessa Pinto é uma jovem nascida em Dezembro de 1999. Vive em Massamá – cuja terminologia árabe significa “lugar onde se toma boa água” –, na envolvência de Queluz, a meio caminho entre Sintra e a capital. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Autónoma de Lisboa, participou com conteúdos e no papel de repórter em produções da Coral Europa, a exemplo do programa da TVI “Goucha”, à volta de histórias e da partilha de experiências de vida; e de “Máquina da Verdade”, segmento televisivo, também da TVI, que regressou com Iva Domingues, no qual as pessoas pretendem repor a verdade sobre diversas questões das suas vidas. Proactiva e atenta ao que a rodeia, Vanessa Pinto identifica-se muito com a comunicação digital e com o jornalismo e quer orientar a sua actividade neste contexto.

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