O que pensa do tráfico de seres humanos?

 O que pensa do tráfico de seres humanos?

Marta Aleixo tem 40 anos, nasceu em Lisboa, vive na Amadora e é assistente executiva. (Direitos reservados)

“O tráfico de seres humanos é um dos crimes mais presentes e hediondos da sociedade”, afirma Marta Aleixo.

Para esta assistente executiva de 40 anos, tal crime tem uma particularidade que o distingue dos demais, dado que “está relacionado com a escravização das pessoas, até à sua rutura”, enquanto cidadãos limitados nos seus direitos. “Gostaria que, todos, refletíssemos acerca das armas que são vendidas e da droga que é consumida, mas as pessoas, nessas situações, são comercializadas e utilizadas como objetos, vezes sem conta, até à sua morte”, argumenta.

Esta lisboeta residente na Amadora considera também que “o tráfico de seres humanos é praticado através de diversos esquemas” e, como consequência, “o processo de encontrar os culpados e de atribuir as respetivas penalizações torna-se muito mais demorado”.

“As pessoas, nessas situações, são comercializadas e utilizadas como objetos, vezes sem conta, até à sua morte”

No que diz respeito ao conhecimento que a sociedade tem sobre o tema, Marta Aleixo refere que ainda está muito aquém do desejável, tratando-se de um crime que “retrata a exploração de seres humanos, como todos nós”. “Enquanto nação, Portugal não pode evitar [de modo isolado] os níveis de tráfico mundiais, nem consegue eliminar o crime na sua plenitude, mas, se o Governo encarasse os imigrantes como fontes laborais valiosas e se agilizasse o processo de obtenção de vistos de trabalho, de forma a poderem ter acesso a habitação condigna, por exemplo, já ajudaria imenso”, sublinha.

A consciencialização sobre este tema, desde cedo, é uma das medidas pedagógicas e de ponderação social que Marta Aleixo sugere, para que se formem indivíduos que saibam, detalhadamente, do que se trata. “Quem se pensa que as crianças são muito novas para serem confrontadas com este tipo de crime, está-se muito enganado”, expressa ainda a mesma assistente ou secretária executiva, reconhecendo que “existem metodologias adequadas a cada idade, com o objetivo de informar e de explicar, com mais precisão, esta problemática”. A seu ver, “a informação e a sensibilização serão, sempre, as melhores armas de prevenção” individual e comunitária.

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13/07/2023

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Vanessa Pinto

Vanessa Pinto é uma jovem nascida em Dezembro de 1999. Vive em Massamá – cuja terminologia árabe significa “lugar onde se toma boa água” –, na envolvência de Queluz, a meio caminho entre Sintra e a capital. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Autónoma de Lisboa, participou com conteúdos e no papel de repórter em produções da Coral Europa, a exemplo do programa da TVI “Goucha”, à volta de histórias e da partilha de experiências de vida; e de “Máquina da Verdade”, segmento televisivo, também da TVI, que regressou com Iva Domingues, no qual as pessoas pretendem repor a verdade sobre diversas questões das suas vidas. Proactiva e atenta ao que a rodeia, Vanessa Pinto identifica-se muito com a comunicação digital e com o jornalismo e quer orientar a sua actividade neste contexto.

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