O reconhecimento do mercado académico e o seu adoecimento no Brasil (3)
Mercado académico endógeno e a fuga de cérebros
É chegado o terceiro e último artigo da série “O reconhecimento do mercado académico e o seu adoecimento no Brasil”, em que apresenta o cenário brasileiro da pós-graduação por meio da consolidação do mercado académico e considera as questões referentes ao adoecimento do corpo docente e discente no país.
No artigo anterior, foram apresentados o universo do ensino académico com os seus respectivos pilares de educação, de investigação e de serviço que levaram ao adoecimento do corpo docente e discente das instituições de ensino e de pesquisa no país. Uma realidade pouco percebida por muitos dos que se encontram distantes desse mercado.
Criado em Abril de 2021, o grupo Pesquisadores Precarizados conta com investigadores de todo o país. Sem conseguirem uma posição permanente como professores de ensino superior, eles trabalham como professores substitutos, professores colaboradores e como pós-doutorandos. Muitos renovam as bolsas de pós-doutoramento até conseguirem passar num concurso público nas universidades federais e estaduais ou passarem para o quadro permanente numa universidade particular. Outros sequer conseguem uma posição provisória. Querendo compreender melhor esta situação, o sinalAberto conversou com a académica e investigadora Luíza Alvim sobre a criação do grupo Pesquisadores Precarizados. Luíza Alvim é doutorada em Comunicação pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ) e, desde 2013, enfrenta dificuldades para se consolidar no mercado académico.
Como esclarecer a investigadora Luíza Alvim, “Pesquisadores Precarizados é o novo nome que o antigo grupo ‘Aprovados [no CNPq] fora do orçamento’ recebeu este ano. Foi, justamente, um grupo criado em 2021, após o resultado do pós-doc do CNPq, no edital do final de 2020, que teve cortes significativos e muito pouca gente conseguiu bolsa. Portanto, o grupo tem pessoas de todas as áreas”.
“No primeiro semestre de 2021, demos várias entrevistas. Eu mesma participei num podcast e numa entrevista para a BBC. Depois dessas ações, alguns colegas permaneceram atuantes, outros se afastaram, mas o grupo serviu como apoio e para pensar novas ações. Alguns de nós conseguiram ser aprovados no edital do final de 2021, como foi o meu caso. Convidamos outras pessoas que estavam na situação de precarização via grupos do Facebook ou pessoas conhecidas e mudámos o nome do grupo”, especifica Luíza Alvim.
“No momento atual, um colega que faz pós-doc em Educação na [Universidade Federal da Bahia] UFBA (Uriel Castellanos) conseguiu a aprovação de um evento nosso por um edital da FAPESB [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia], com quatro mesas para discutir [sobre] ciência aberta e a situação dos pós-doutorandos. Estamos fechando as datas certas, mas a previsão é de ser no dia 30 de Novembro e 1 de Dezembro, com uma mesa presencial, mas transmitida, na UFBA e a outras remotas”, prossegue a académica.
Luíza Alvim explicita a profundidade com que a sua situação de precariedade se encontra. Após o doutoramento iniciou três pós-doutoramentos, trabalhou como professora substituta e nunca conseguiu uma posição permanente como professora. A extensão da sua situação torna-se patente uma vez que a investigadora apresenta ideações suicidas.
“Em relação a mim, tenho doutorado desde 2013, na ECO-UFRJ, e jamais consegui emprego fixo, seja em federal ou particular. Já fui substituta três vezes (duas na ECO-UFRJ e uma na Universidade Federal Fluminense – UFF) e estou no terceiro pós-doutorado, já que não tem emprego, especialmente para a minha área, que é teórica e de Estética no Cinema (estão preferindo fazer concursos polivalentes, privilegiando quem tem experiência prática)”, particulariza.
“Sou PDJ[pós-doutorada junior]-CNPq porque fiz um segundo doutoramento. Quando a minha bolsa do CNPq acabar, se não for renovada, não tenho perspectiva nenhuma para 2024. É uma falta completa de futuro. Já passei por isso outras vezes, mas, com o etarismo [idadismo ou preconceito contra pessoas com base na sua idade] da academia, está ficando cada vez mais difícil. Não sei como estarei no próximo ano. Nas últimas vezes que estava sem perspectiva, no segundo semestre de 2015 e no início de 2021, os pensamentos eram de suicídio – no caso, teria de ser suicídio assistido, pois tenho muito medo de sentir dor. Como você pode ver, a minha saúde mental não vai bem, mas sigo com a minha pesquisa, dando aula na pós, indo a congresso e fazendo a pesquisa em si”, declara ao sinalAberto.
A precarização do mercado académico chegou ao ponto de impulsionar muitos brasileiros à buscar outras alternativas. A escassez de oportunidades para tornar-se professor num mercado altamente endógeno faz com que muitos saiam do país em busca de melhores prospectos profissionais. Em 2010, o censo já apresentava um perfil significativo da emigração brasileira com mulheres entre 20 e 40 anos, altamente qualificadas em busca de reconhecimento profissional e de aprofundamento educacional das suas qualificações.
O Censo 2022 mostra uma representação do aumento da população mais velha no Brasil, desde 1980, com uma queda da população entre zero e 14 anos de idade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 a população brasileira apresentou 51,5% de mulheres para 48,5% de homens, cerca de seis milhões de mulheres a mais do que homens, a manter o perfil já apresentado no Censo 2010. Os demais resultados do último censo realizado em 2022 estão sendo liberados gradativamente.
A doutora e professora Glaucia de Oliveira Assis, especialista em migração e questões de género, explica ao sinalAberto os perfis da migração brasileira ao longo do tempo. Os imigrantes da década de 1960 eram, maioritariamente, exilados políticos e tratados como tal. No entanto, também havia um grupo esporádico de brasileiros para o exterior a sair de pequenos pontos de partida, de pequenas cidades em Minas Gerais e em Santa Catarina.
“Em geral, são jovens, homens de classe média que vão, numa aventura, tentar trabalhar nos Estados Unidos da América (EUA) e, naquela época, eles conseguem trabalhar inclusive legalmente, com visto de trabalho. Mas é um fluxo pequeno, em relação ao que se torna – por conjunturas específicas dessas cidades, Governador Valadares e Crisciúma –, começa a constituir um fluxo para os EUA. Esse fluxo era sobretudo masculino, mas incluía também algumas mulheres”, expõe Glaucia Assis.
Glaucia Assis aponta que os fluxos migratórios, no início, têm relação com as conjunturas económicas e políticas do país. Primeiro, os exilados políticos, na década de 1960, e depois a classe média brasileira, na década de 1980 e no governo Collor de Mello. Entre 1980 e 1990, com a chamada crise do “milagre brasileiro”, revela-se uma classe média a migrar para os EUA, para o Japão e para Portugal. Enquanto Portugal recebe a migração qualificada, países como os EUA, o Japão e o Paraguai recebem os brasileiros que irão se inserir no mercado secundário de trabalho.
“Então, nos anos 1980, você tem o que a Teresa Sales chamou de os exilados da crise, que é um fluxo que tem muito a ver com a crise económica. […] É um perfil jovem e muito masculino. Mas, nos anos 1980, você já tem uma inserção de mulheres nesse movimento migratório. Os números são incertos porque é uma migração não-documentada”, expressa Glaucia Assis.
O início da mobilidade brasileira para o exterior segue o mesmo perfil e padrão de outros fluxos migratórios com homens jovens. De acordo com a professora Glaucia Assis, a migração feminina aumenta com a constituição das redes sociais.
“Seja porque [se] vão encontrar com os seus parentes ou amigos, seja porque se inserem mesmo no fluxo migratório, construindo as suas redes migratórias. Ao longo dos anos 1990, o perfil da migração vai mudando e vai se intensificando a participação feminina”, complementa esta nossa entrevistada.
Com o atentado de 11 de Setembro de 2001, houve uma maior restrição à mobilidade de migrantes para os EUA e, com isso, um redireccionamento do fluxo de brasileiros para a Europa. Ao mesmo tempo, há uma maior intensificação da migração de fluxo feminina para os EUA e para a Europa. Glaucia Assis afirma que esse movimento dá-se pelo aumento da agência feminina, da reunificação familiar e da maior demanda do mercado de trabalho para o trabalho doméstico, precário e no setor de cuidado.
“Por um lado, você tem mulheres que estão querendo se inserir na aventura da imigração, desejo de autonomia, desejo de se distanciar de relações violentas, desejo de sair dos controles familiares. Mas tem também uma demanda, tanto na Europa quanto nos EUA, por um tipo de trabalho remunerado, mas com uma remuneração precária. Que é o trabalho na faxina, no cuidado de crianças com babysitter, no cuidado de idosos. Isso cria, nos EUA, um nicho de trabalho para as mulheres e essas mulheres brasileiras constroem um nicho de trabalho”, adianta Glaucia Assis.
De início, percebe-se uma mobilidade da classe média brasileira que, gradativamente, perde o seu poder aquisitivo, frente às crises económicas do país. Ao passo que abre espaço para a classe média menos qualificada também fazer esse movimento migratório. Gláucia Assis aponta a dificuldade dos homens em manterem-se na Europa quando em crise. Por outro lado, as mulheres desenvolvem as suas redes sociais a abrirem espaço para diversos nichos de actuação, mesmo quando em trabalho precário, como o de empregada doméstica.
“Essa migração para Portugal, para a Alemanha e para a Itália é uma imigração muito feminizada. E se feminiza muito ao longo dos anos 2000. Tanto é que, na Alemanha, essa imigração é maioritariamente feminina, em Portugal também”, sublinha a académica.
Também nos anos 2000, tem-se um novo fluxo por meio da migração estudantil. Esse movimento permanece bastante forte durante os governos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff, com as políticas estudantis. De um perfil distinto, a migração estudantil é documentada e, supostamente, com um maior amparo, em comparação com os demais fluxos migratórios. Embora Glaucia Assis acredite que este movimento estudantil tenha arrefecido nos últimos anos, a entrada no país anfitrião por meios educacionais permanece como uma estratégia de mobilidade.
Flávia Vasconcellos Amaral é doutora e professora assistente no departamento de Letras Clássicas da Universidade de Winnipeg e compartilha com o sinalAberto como foi esse movimento de sair do Brasil para o Canadá. Um movimento bastante influenciado pelas dificuldades enfrentadas no mercado académico no Brasil.
“Sair do país não era um projeto de vida para mim, mas foi uma solução que encontrei para continuar na carreira académica e lidar com o que já se previa que aconteceria após as eleições de 2018: redução drástica de verbas repassadas para agências de fomento de pesquisa e suspensão de concursos nas universidades públicas”, nota Flávia Amaral.
“A decisão de me candidatar ao programa de pós-doutoramento na Universidade de Toronto foi motivada, sobretudo, pela direção que o Brasil tomou nas eleições de 2018, ano em que defendi o doutorado em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo. Vale dizer que o cenário académico nacional, na minha área, que pertence às Humanidades, de maneira geral, já sofria demasiadamente desde, pelo menos, 2012: as bolsas federais estavam congeladas, havia raríssimos concursos para professor em regime de dedicação exclusiva e as poucas vagas para professor eram no âmbito temporário, muitas vezes, com condições precárias de trabalho. Tais incertezas na carreira somadas à política causaram imenso estresse e degradação da minha saúde mental e física, culminando na mudança para o Canadá, que aconteceu em Novembro de 2019, poucos meses antes da pandemia da covid-19″, recorda.
A docente Flávia Amaral alega que a experiência de pós-doutoramento na maior universidade canadiana foi limitada e prejudicada por conta da pandemia. Entretanto, proporcionou-lhe inúmeros ganhos, para que hoje pudesse ocupar a posição de professora assistente.
“Enquanto estava no pós-doutoramento, tive acesso à infraestrutura de ponta e a todos os materiais necessários para fazer a minha pesquisa, pontos cruciais aos quais eu não tinha pleno acesso na minha universidade de origem”, conta a pesquisadora.
No entanto, os primeiros anos de Flávia Amaral a viver no Canadá não foram fáceis. Tornou-se residente permanente antes do término do contrato como pós-doutoranda na Universidade de Toronto, o que lhe permitiu continuar lecionando por regime de contratos de curto prazo, nos três campus da universidade, assim como noutras universidades da província de Ontário e de Nova Scotia.
“Apesar de inserida num contexto académico considerado de ponta, as oportunidades de trabalho do professor de contrato são [tão] precárias como no Brasil. Por estar nessa condição e ainda ser imigrante num mundo pós-pandemia, os meus desafios eram inúmeros e me fizeram questionar a permanência da academia. Felizmente, por muitos fatores e, sobretudo, pelo intenso networking online que fiz ao longo dos anos, assegurei uma posição que, por mais que não seja ainda permanente, vislumbra a continuidade da minha carreira académica dentro do Canadá”, reconhece a pesquisadora.
Mesmo com desafios, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, Flávia Amaral aponta um balanço positivo em terras canadianas. Primeiro, pelo suporte de todas as instâncias governamentais para enfrentar a pandemia, a trazer um sentimento maior de segurança e de amparo. Segundo, pela cultura do país. A esse propósito, a investigadora diz: “Um outro aspecto que considero muito favorável para a minha decisão de permanecer fora do Brasil é estar numa cultura que compartilha valores mais alinhados com os direitos humanos. Há diversas políticas públicas que são favoráveis às mulheres e às minorias, como a legalização do aborto e a proteção às comunidades LGBTQI+ e povos originários. Tais políticas estão longe de serem perfeitas e precisam de muito trabalho ainda, mas, só por existirem, já são um sinal de que essa sociedade está disposta a traçar caminhos de igualdade e de coesão social em diversas instâncias.”
A nossa entrevistada acrescenta: “Além disso, sendo um país de base migratória, destaco também políticas de imigração de amplas frentes que, embora imperfeitas e com critérios muitas vezes questionáveis, são transparentes e capazes de garantir condições iniciais para o assentamento de famílias. Considero extremamente positivo haver instituições que preparam as pessoas para os primeiros empregos no Canadá, escolas que estão preparadas para lidar com as crianças aprendendo Inglês como segunda língua; e cursos de Inglês e de Francês para quem já é residente permanente. Por fim, dois outros pontos positivos são o poder de compra da moeda e a segurança. Embora estejamos vivendo a ressaca econômica resultante da pandemia, o dólar canadense ainda é forte e compra-se mais com menos, se o compararmos com o real brasileiro. Por conta disso, as famílias não precisam de serem, necessariamente, ricas para terem acessos a produtos mais caros, pois os seus preços não oscilam tanto, tornando possível a compra planejada de itens considerados de luxo no Brasil.”
E Flávia Amaral verifica ainda: “Assim, imagino que a desigualdade entre as classes não gera tanta violência como na América do Sul e, consequentemente, a sensação de segurança nas ruas é maior. A violência existe, sem dúvidas, mas ela não cerceia o direito de ir e vir das pessoas por conta de elas portarem um celular, por exemplo. Dessa maneira, acredito que me sinto muito mais segura enquanto indivíduo e mulher nas ruas, pois há menos exposição à violência que estamos mais acostumados, infelizmente, no Brasil”.
Flávia Amaral não é a única a fazer este movimento. De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, estima-se que, hoje, mais de quatro milhões de brasileiros vivam no exterior. Esse número deu-se devido às crises político-económicas no Brasil a partir do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e da eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, com a saída de quase dois milhões de brasileiros, desde 2016.
Pensando em aprofundar-se sobre a movimentação de brasileiros para o exterior e em aglutinar os diversos conhecimentos, a doutora e professora Camila Escudero, da Universidade Metodista de São Paulo, criou Brasileiros no Exterior, a plataforma de dados sobre a emigração brasileira.
“A ideia surgiu porque, em 2021, eu fui contratada pela OIM (Organizações das Migrações Internacionais) para fazer uma pesquisa sobre a diáspora sul-americana e para apontar as características, as fragilidades e as potencialidades do que diz respeito à questão de desenvolvimento sustentável dessas pessoas que saem da América do Sul para viverem noutros países. Foi uma pesquisa conjunta feita com sete países: Brasil, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Uruguai, Peru e Equador. Essa pesquisa durou um ano e a gente identificou o quão incipiente está o conhecimento dessa realidade, da realidade desta diáspora. O quanto as pessoas ainda pouco sabem ou pouco chega a informação aqui, para nós que estamos no Brasil, de qual é a característica dessas pessoas, de qual é o perfil”, clarifica Camila Escudero.
“A gente não tem dados estatísticos concretos, faltam estudos que abranjam outras áreas, outros países… A gente ficou muito preocupada em termos de tudo, não tem políticas públicas catalogadas, as que têm ainda são muito incipientes. Os próprios actores sociais que trabalham com essa temática, seja do terceiro setor, seja das universidades, ainda estão muito dispersos e não há um trabalho em rede colaborativo que una todos esses dados. Então, isso dificultou muito a nossa pesquisa para a OIM”, relembra a pesquisadora.
Com base neste cenário, Camila Escudero tomou a frente para investir na sistematização e na produção que possa oferecer um panorama das características da diáspora brasileira. Neste momento, o projecto conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), por meio do auxílio à pesquisa regular. Coordenada por Camila Escudero e por Otávio Ávila, a plataforma Brasileiros no Exterior também conta com parcerias de entidades e de grupos de pesquisa como a OIM, o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE) e o Movimento Brasileiros Emigrados. Além de possuir um comité internacional de apoio técnico e científico, com representantes em Portugal, na Alemanha, no Paraguai, no Japão e nos Estados Unidos da América. Com actualização anual, a plataforma serve de base para instituições e pesquisadores.
Há outros projectos que buscam elaborar o mapeamento da diáspora brasileira. No caso da Diáspora Científica Brasileira, vinculada à Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), busca-se o mapeamento da diáspora científica no exterior para compreender as diversas trajectórias dos brasileiros e as suas inserções em redes e iniciativas de diáspora. Mapear a diáspora brasileira não é uma tarefa fácil, Camila Escudero apresenta algumas dificuldades, desde o idioma local como também a colecta de dados pelo governo.
“A gente tem que ter uma articulação muito grande do próprio Estado, em termos de formulação de políticas públicas, mas também em termos de fomentar participação social”, adverte a pesquisadora.
De acordo com Camila Escudeiro, a criação de conselhos de representantes de brasileiros no exterior trouxe uma capacidade de representação e de actuação muito fortes no âmbito transnacional. Camila Escudeiro aponta a violência doméstica como um problema grave no país que acaba por ser reproduzido no exterior num cenário de maior feminização da emigração brasileira. Com extensas questões de género vinculadas à emigração brasileira, faz-se necessário e urgente ampliar e aprofundar o debate.
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13/10/2023