Qual é, neste Verão, o seu destino de férias?
Passam poucos minutos das 11 horas da primeira quinta-feira de Agosto. A manhã está agradável na estação ferroviária de Coimbra-B, popularmente conhecida como Estação Velha, onde se encontram algumas pessoas, presumivelmente à espera da próxima viagem. Momentos depois de ter saído um comboio regional para Aveiro, estabelecemos conversa com Jaime Lopes, que ali se deslocou, apenas, para satisfazer a curiosidade quanto à intervenção que está a suceder naquele espaço.
“Como é que Coimbra, uma capital de distrito, tem uma estação destas?”, questiona. Confirmamos o que, de certa maneira, este reformado residente em Águeda já sabe a respeito do plano urbanístico para a nova estação de Coimbra-B, prevendo-se a ligação à Baixa da cidade e o desenvolvimento de um bairro na envolvente. Tal plano – que foi apresentado, no dia 18 de Janeiro deste ano, pelo arquitecto catalão Joan Busquets – antevê a construção de um edifício ponte ou área para uma nova gare rodoviária, onde irão confluir os vários meios de transporte citadinos, sendo criado um bairro à volta da estação ou do nó de diferentes transportes, que facilitará a ligação com o futuro Sistema de Mobilidade do Mondego, com a rede de transportes públicos urbanos, com os serviços de táxis e também com outros tipos de mobilidade.
Perguntamos a Jaime Lopes se está no seu período de férias. Responde que não é capaz de caracterizar a sua situação, enquanto reformado. Pois, no seu entender, não se achando no serviço activo, “é como estar de férias”. “Passo, sempre, o mês de Agosto em Coimbra”, afirma, embora admita que, “consoante a vontade” da ocasião, surjam outros destinos para sair com a família. “Para já, ainda não há nada previsto. O nível de vida está cada vez mais alto e inacessível, sobretudo, nos últimos anos. Então, optamos por ficar por aqui”, declara este cidadão de Águeda, com Coimbra no coração.
“A vida não está fácil para os Portugueses e tende a agravar-se”, sublinha o nosso entrevistado. Embora tenha “saído algumas vezes do país”, viaja mais até Lisboa, onde vive uma filha, e troca as areias marítimas pelo campo, mesmo com a praia da Barra – no concelho de Ílhavo, ao pé de Aveiro – tão próxima de Águeda. “Gosto mais do interior de Portugal. É mais barato e é uma satisfação!”, expressa Jaime Lopes, salientando: “O litoral está supercaro! As terras do interior são mais calmas e as pessoas mais prestáveis. No litoral e nas cidades maiores, há uma grande ganância. Todos se acotovelam e só querem ganhar, em tudo!”
“Gosto de todo o interior português, desde o Alto Alentejo até Trás-os-Montes e ao Minho”, manifesta este aguedense, que teve uma intensa vida activa e profissionalmente diversificada. Não obstante reconheça a existência de características muito próprias em cada região, Jaime Lopes garante que, para si e para a família, “o factor fundamental na escolha de um destino de férias é o do dinheiro”. “Penso que, desde Castelo Branco até ao Douro, é muito mais barato, bem como a zona de Bragança”, acrescenta, dando-nos ainda conta das suas preferências relativamente aos itinerários das aldeias históricas de Idanha-a-Velha e de Monsanto, de Almeida e de Castelo Mendo, a par dos roteiros de Marialva, de Castelo Novo, de Castelo Rodrigo ou de Linhares da Beira.
Jaime Lopes aprecia muito as paisagens e o património histórico e cultural de toda a zona de Castelo Branco e ainda o Parque Icnológico de Penha Garcia, mas, especialmente, a localidade de Almeida, a qual teve um passado com uma grande importância militar, cuja fortaleza constitui um dos maiores expoentes da arquitectura abaluartada nacional.
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03/08/2023