“Sem espaço não há cidadania”
“O estado tem de defender o bem coletivo e não o inverso”, diz-se a certa altura neste terceiro episódio de Vida Conversável. A arquiteta Maria Manuel Oliveira e o arquiteto José António Bandeirinha dialogam sobre a dimensão social da arquitetura, sobre a noção e importância de espaço e, sobretudo, acerca da cidadania. É uma conversa que nos interpela, porventura nos desassossega, o que será bom sinal, mas, ao mesmo tempo sintoma das fragilidades das sociedades contemporâneas e das suas políticas públicas.
Assim se perceberá que José António Bandeirinha relembre que “o estado é menos poderoso hoje que no século XIX”, a propósito das medidas e das ofertas que nos atomizam crescentemente enquanto cidadãos; Maria Manuel Oliveira concorda, mas não deixará de sublinhar, quando referir o papel da arquitetura em contexto de crise social, que “sem espaço não há cidadania”.