Uma longa lista de pobretes
Acaba de ser noticiado que os médicos especialistas portugueses ganham menos 44,4% do que os colegas espanhóis. E menos 71,3% do que os alemães.
Professores, engenheiros, investigadores, jornalistas, operários, empregadas de limpeza, escriturários, bancários, motoristas, canalizadores e funcionários públicos são alguns dos trabalhadores portugueses que também ganham, assustadoramente, menos do que os seus colegas de Espanha e da Alemanha; e da generalidade de todos os outros trabalhadores europeus.
É isso o que nos dizem os dados do Eurostat, revelados no final de 2022: em Portugal, ganhou-se, em média, 19.300 euros, no ano de 2021 (cerca de 1.378,6 euros por mês, contando com subsídios). Este é o 10.º valor mais baixo da União Europeia. Por isso, continuamos na linha da frente na exportação de quadros e de mão-de-obra. Logo, a notícia só pode causar espanto a quem andar distraído e não perceber que, entre nós, a distribuição da riqueza continua ao serviço de uma reduzida minoria.
Como sucede com Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, que aufere em 14 meses mais 66.422,48 euros do que o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos da América, Jerome Powell. Ou os administradores executivos da TAP que, além de ordenados chorudos, beneficiam de um sem-número de mordomias, como um subsídio de frequência escolar para apoiar a educação dos filhos de quatro administradores. Foi o que aconteceu, pelo menos, entre 2016 e 2022. Nós, os pelintras, só queremos o bem de tais sumidades. Mesmo que isso nos custe os olhos da cara.
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10/08/2023