Verdades de “Monsieur de La Palisse”
La Palisse (também pode ter a grafia “La Palice”) foi um guerreiro francês de nome Jacques II de Chabannes, senhor de La Palisse (que é uma comuna francesa na região de Auvérnia-Ródano-Alpes, no departamento de Allier).
Viveu nos séculos XV/XVI – entre 1470 e 1525 – e foi um célebre chefe militar que morreu na Batalha de Pavia (ocorrida na manhã de 24 de Fevereiro de 1525). Os seus soldados, impressionados com a sua bravura, dedicaram-lhe uma canção. Consta também que os versos dessa canção foram alterados, alguns séculos mais tarde, aparecendo assim escrita: “O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia.”
O que reforça um suposto epitáfio: – S’il n’était pas mort, il ferait encore envie. Ou seja, com a alteração de uma letra e adicionando um espaço, a frase pode ser lida desta maneira: – Se ele não estivesse morto, ainda agora estaria vivo.
O valente guerreiro não teve nada a ver com a fama nem com os ditos que lhe são, entretanto, atribuídos. Porém, visto pelo lado positivo, o seu nome só é actualmente lembrado por algo que ele não fez.
Uma verdade de “Monsieur de la Palice” (lapalissada ou lapaliçada) significa uma afirmação absolutamente óbvia ou uma evidência tão grande que se torna ridícula, tornando-se até hilariante, supérflua e inútil.
Citemos, entre as muitas frases que lhe são igualmente atribuídas, as cinco seguintes:
“Ele não perdia a calma, excepto quando estava irritado.”
“Se tivesse vivido solteiro, não teria qualquer esposa.”
“Não teria iguais a ele, se tivesse sido o único.”
“Quando tinha os olhos fechados, não conseguia ver nada.”
“Quando comia em casa dos seus vizinhos, estava lá em pessoa.”
Para concluir, sublinhamos que a expressão “verdade de La Palisse” não significa mais do que uma afirmação completamente incontestável, pela sua evidência.
16/06/2022