Petroquímica (2)

Complexo petroquímico na Arábia Saudita. (gl.wikipedia.org)
Todos os dias, por todo o Mundo, no nosso viver colectivo, lidamos com os plásticos, vastíssima gama de produtos saídos de uma indústria de base, a caminho de um século de existência, que entrou forte e preocupantemente na saúde do planeta. Chama-se Petroquímica e irei, ao sabor do que que for investigando, traduzir por palavras simples e, apenas, na generalidade, o que julgo saber sobre alguns produtos de que toda a gente fala, mas que nem todos sabem do que estão a falar.
Importante sector da indústria química, tendo por matéria-prima os hidrocarbonetos extraídos do petróleo e do gás natural, dedica-se à transformação de derivados destes produtos geológicos em outros, que usamos diariamente, tão variados como plásticos, borracha sintética, fibras sintéticas, fertilizantes, solventes, tintas e vernizes, detergentes, fármacos, cosméticos, sem esquecer os combustíveis.

Como indústria base de outras indústrias, a Petroquímica começou a dar os primeiros passos no início do século XX, mas o seu notável desenvolvimento só se tornou realidade na década de 1940, especialmente, após a Segunda Guerra Mundial.
Entre as grandes indústrias subsidiárias da Petroquímica, sobressaem a indústria têxtil, hospitalar, electrónica, automóvel, de embalagens e de construção civil.
O processo de transformação envolve, em especial, (1) craqueamento (do Inglês: “cracking”) ou pirólise, processo químico de quebra (por acção do calor e/ou de um catalisador) das grandes moléculas de hidrocarbonetos, em moléculas menores e (2) polimerização1, ou seja, união de pequenas moléculas para formar polímeros.

Francamente útil à sociedade, a Petroquímica tem, no entanto, um lado menos interessante, o associado a emissões de gases de efeito de estufa e outros impactos ambientais2.
Entre os muitíssimos produtos saídos desta poderosa indústria, que revolucionaram muitas aspectos das nossas vidas, destacam-se, por exemplo, o PVC, o nylon, o fecho velcro, o poliéster, a fibra polar e a esferovite.
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Notas:
1 – Polimerização (do Grego: “poli-”, muitos + “-meros”, parte) é o processo de obtenção de polímeros, entendidos como substâncias compostas por moléculas muito grandes (macromoléculas), compostas por várias unidades (monómeros) repetíveis, organizadas em cadeias capazes de reagir consigo mesmas, ou, em alguns casos, com outros monómeros. Há polímeros naturais e sintéticos. O DNA (ácido desoxirribonucleico) é um biopolímero (natural) composto por duas cadeias muito particulares (que não cabe aqui desenvolver) que se enrolam uma sobre a outra para formarem a tão falada dupla hélice. Entre os polímeros sintéticos ou artificiais, todos eles, uma constante no nosso dia-a-dia, estão, por exemplo, os plásticos.

2 – A poluição devida à impressionantemente grande acumulação de objetos de plástico (em especial, garrafas, embalagens, sacos e esferovite) todos os dias rejeitados por milhões e milhões de pessoas, pelos “quatro cantos” do Mundo, já está a afectar negativamente o ambiente natural, com particular incidência na vida selvagem e nos seus “habitats”. A verdade é que a sociedade desenvolvimentista já não pode passar sem os plásticos nos mais variados sectores das nossas vidas.
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15/05/2025