O nosso “pequenino quarto”
 
                          (portocidadaniaportuguesa.com.br)
Quando eu tinha os meus 15 ou 16 anos, no meu extravagante quarto com paredes castanhas e o tecto castanho muito escuro (foram tolerantes os meus pais) e com os candeeiros (um de tecto e outro na mesa-de-cabeceira) redondos e cor-de-laranja, subia, sem ninguém saber, para cima do guarda-fatos (os pés direitos das casas eram mais altos e o guarda-fatos não o era muito), onde ficava um tempo (nunca terei passado os 20 minutos seguidos lá em cima) a pensar.


Olhar de outra perspectiva, inusitada, para o meu próprio quarto, ajudava-me a ver a minha própria vida e sonhos e projectos com outros olhos. Hoje, ao lembrar-me disto, percebi que é exactamente por isso que adoro viajar. Para olhar para o “quarto Portugal” de um outro ângulo. “Lá fora” já não vou há uns três anos e faz-me falta. Tenho de ver como o vou conseguir fazer. (Desta vez, o objectivo próximo é a Escócia.) É muito importante: perceber que uma simples mudança de paisagens, de hábitos e de língua, tanto nos ajudam a recentrar-nos no nosso pequenino quarto, que é todo o nosso mundo.
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02/10/2025
 
                              
 
                               
                               
                              



