Centralidade comunicacional primária

Estádio do Benfica. (Créditos fotográficos: Miguel Mota Sousa – Unsplash)
Parece-me que as eleições no Benfica adquiriram uma centralidade comunicacional que supera as eleições autárquicas, quiçá as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente!
Será porque o futebol (acompanhar os jogos de futebol na televisão – e não falo de mim, que vou ao estádio) está alienado a empresas altamente especulativas e as outras estações ficam com as discussões das eleições, do penálti e das refeições dos jogadores em dia de jogo? E não será também quando prometem “sangue”?

É muito curioso ver, por exemplo (eu reparo porque sou adepto do Futebol Clube do Porto, mas provavelmente é igual com outros), o barulho que promoveram aquando da Assembleia Geral do FCP em que o “Macaco” tentou silenciar descontentamentos e após a eleição de André Villas-Boas (com 80% dos votos e no mais concorrido acto eleitoral do clube e com vitória em todas as mesas). Tudo fizeram para dar antena aos derrotados?
E porque deram mais eco a Jorge Jesus nas vitórias no Brasil, inferiores às de Abel Ferreira, e na Arábia, inferiores às de Vítor Pereira? Será porque também o tempo de antena se mede por intervenção das agências de comunicação que fazem lóbi e não pelo interesse dos assuntos?

José Mourinho, tal como Bruno Lage, facilmente passará de herói, com equipas de reportagem na chegada, a vilão se o Chelsea e o FCP ganharem folgadamente ao Benfica. É este primarismo, fora do campo da política, que contamina esta e tudo. O problema não reside no futebol, mas na descomunicação anti-social! É o golo com a cabeça decepada!
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Nota do Director:
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29/09/2025