Dia Mundial da Marioneta: 21 de Março 

O Dia Mundial da Marioneta festeja-se todos os anos a 21 de Março. Lemos, na página electrónica Calendarr, que este dia “surgiu por ideia do teatro iraniano Dzhivada Zolfagariho”, tendo-a sugerido, em 2000, no XVIII Congresso da União Internacional da Marioneta (UNIMA), em Magdeburg. Como regista o mesmo sítio ou calendário online (onde podemos consultar os feriados, as datas comemorativas e os dias importantes de Portugal e do Brasil), no ano de 2002, em nova reunião da UNIMA, em Atlanta, esta entidade estabeleceu a data de 21 de Março para a celebração, tendo a efeméride sido comemorada pela primeira vez em 2003.   

A UNIMA-Portugal nasceu em 15 de Maio de 1989, num movimento associativo dos marionetistas portugueses profissionais e amadores e de todos os interessados na Arte da Marioneta. 

A reunião fundadora decorreu na cidade de Évora, em 1989, com o patrocínio dos Bonecos de Santo Aleixo. Foi eleito como presidente José Russo, marionetista dos Bonecos de Santo Aleixo, de Évora. Em 1993, foi eleito presidente José Ramalho, marionetista das Marionetas de Lisboa. E, em 1997, foi eleito presidente Queiroga Santos, marionetista do Teatro D’Água Acesa, de Matosinhos. 

Ao longo desta breve história da UNIMA-Portugal, realizaram-se várias iniciativas a nível nacional e internacional. Como já foi referido (de acordo com informação da própria UNIMA), em 2002, em nova reunião da UNIMA em Atlanta (no estado norte-americano da Geórgia), esta entidade estabeleceu a data de 21 de Março para a celebração da marioneta, tendo a efeméride sido comemorada pela primeira vez em 2003.

Entre as muitas actividades, promoveram-se os encontros da Marioneta Portuguesa, em Évora e em Almada. E  também, talvez mais importante, a criação do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas (FIMFA) e o Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP). 

Neste ano, o Museu das Marionetas do Porto reabre no dia 21 de Março, com uma “viagem” a espectáculos icónicos, sob o título “Universo Onírico”. 

Segundo a directora Isabel Barros, o museu “continua a ser sempre em torno do autor, do fundador das Marionetas do Porto, João Paulo Seara Cardoso, uma vez que o próprio Museu das Marionetas do Porto é um museu de autor”. As alterações mais significativas prendem-se “com a criação de quatro novas vitrinas e o consequente aumento da área expositiva, que inclui uma sala de exposições temporárias, disponível para outras companhias de teatro de marionetas”.

Segundo informa a agência noticiosa Lusa, outra das mudanças prende-se com o espaço dedicado à experimentação, onde é possível manipular as marionetas, bem como trabalhar com as luzes, o som e o vídeo, numa divisão que agora se encontra em condições ainda “mais apelativas”.

João Paulo Seara Cardoso (1956-2010) encenador e director artístico das Marionetas do Porto teve a ideia e o sonho de criar um Museu das Marionetas. Em 2002, foi alugado o espaço na Rua das Flores, n.º 22, um imóvel que estava praticamente em ruína e onde foram feitas obras profundas. O Museu das Marionetas do Porto viria a ser inaugurado a 3 de Fevereiro de 2013, data de aniversário de João Paulo Seara Cardoso.

Como é reconhecido, a especulação imobiliária, da qual a cidade do Porto foi e é vítima, afectou o imóvel da Rua das Flores (n.º 22) e implicou uma mudança de instalações para a Rua de Belomonte, n.º 61, edifício junto à sede da companhia Teatro de Belomonte. 

Nesse espaço, vizinho da “minha” Escola Superior Artística do Porto (ESAP), tivemos a oportunidade de uma convivência artística que nos permitiu – com os nossos alunos de Teatro e das Artes (Artes Plásticas e Intermédia; Artes Visuais – Fotografia; Cinema e Audiovisual), entre outros – visitar, inúmeras vezes, as instalações do novo museu, para deleite dos estudantes.

Actualmente, o novo espaço do Museu das Marionetas do Porto dispõe de dois andares, nos quais estão expostos cartazes, peças de cenografia, fotografias, adereços, marionetas e vídeos de peças e documentários, sendo também um espaço para a discussão do papel da marioneta no teatro contemporâneo. 

O Museu das Marionetas do Porto é uma verdadeira jóia no Centro Histórico da cidade. 

In Memoriam

Fernanda Lapa – Cinco anos depois da morte de Fernanda Lapa (1943-2020) e trinta anos após a criação da companhia Escola de Mulheres, Cucha Carvalheiro dirige (versão cénica e encenação) um espectáculo que não só recorda aquela actriz e encenadora, como celebra o acto de representar, de encenar e de estar no teatro. A peça “Deseja-se Fernanda!”, que se estreia no Teatro São Luiz (Sala Luís Miguel Cintra), tem texto de Ana Lázaro e encenação de Cucha Carvalheiro, que, juntamente com Fernanda Lapa, fez parte do grupo de mulheres fundadoras daquela companhia de teatro, em 1995. 

Condecorações

Algumas condecorações chegam a tempo, outras tarde demais.  O  Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageou os mais de 40 anos de carreira de Fernando Mendes, que recebeu o grau de Comendador da Ordem do Mérito, no Palácio de Belém. 

O Presidente da República homenageou também, no Dia Internacional das Mulheres (8 de Março), “Celeste Caeiro, que a 25 de Abril de 1974, espontaneamente, distribuiu cravos vermelhos aos militares revoltosos, assim dando nome à ‘Revolução dos Cravos’, como ficou conhecida em Portugal e no mundo”. A Ordem da Liberdade destina-se a distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade. 

Celeste Caeiro, que partiu em Novembro de 2024, “mas continua connosco, pelo seu gesto e pelo seu compromisso, foi assim condecorada, a título póstumo, pelo Presidente da República, como Oficial da Ordem da Liberdade”, adianta uma nota informativa na página da Presidência da República.

O príncipe Frederik de Nassau, da família real de Luxemburgo, morreu aos 22 anos, no dia 1 do corrente mês de Março. Ele enfrentou uma batalha contra uma rara e agressiva doença mitocondrial genética (por mutações no gene PolG). A notícia foi confirmada por várias fontes, incluindo a Fundação POLG, que Frederik criou em 2022. Li que a despedida, com os seus pais e irmãos, foi muito emotiva. Pela sua juventude e pelo rosto, Frederik faz-me lembrar o príncipe Hamlet. Também ele lutou contra  “doenças raras” no palácio de Elsinore, para o qual ele próprio escreveu o seu breve epitáfio, pela mão de William Shakespeare: “O resto é silencio.” 

20/03/2025