Filigrana falsa

 Filigrana falsa

Edifício da Câmara Municipal de Gondomar. (cm-gondomar.pt)

As últimas 48 horas confirmam-no: a filigrana tecida nos últimos anos é falsa. Não é de ouro, nem de prata. É pechisbeque sem valor e sem nobreza.

Criada nas oficinas das redes sociais, tal filigrana foi vendida como boa e verdadeira. Por via de uma autopropaganda compulsiva, imposta, forçada.

Filigrana de Gondomar – Património Cultural Imaterial. (nadir.pt)

Graças a artistas especializados em selfies e em auto-elogios, mesmo que muitas vezes tal tagarelar choque de frente com a Língua Portuguesa.

Ao longo do tempo, a oficina perdeu alguns dos seus artistas. Apesar do autoproclamado amor à coisa. Um abalou para Lisboa e outro trocou o pechisbeque por emprego que o dispensa do voto popular.

Agora, com a oficina entregue a um novo artíficie, tais ilustres querem comprometer-lhe o futuro. O que perdeu o tacho na capital quer voltar; e o outro mantém o bico calado…

Resta saber se, no Outono, a comandita tem de abandonar a oficina. Isto é, se o povo da terra não se deixa enganar. Por estes ou por novos artistas. Preferindo  a filigrana certificada ao pechisbeque.

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Nota do Director:

O jornal sinalAberto, embora assuma a responsabilidade de emitir opinião própria, de acordo com o respectivo Estatuto Editorial, ao pretender também assegurar a possibilidade de expressão e o confronto de diversas correntes de opinião, declina qualquer responsabilidade editorial pelo conteúdo dos seus artigos de autor.

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05/06/2025

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Soares Novais

Porto (1954). Jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. “Diário de Notícias”, “Portugal Hoje”, “Record”, “Tal & Qual” e “Jornal de Notícias” (JN) são algumas das publicações onde exerceu o seu ofício [Fonte: “Quem é Quem no Jornalismo”, obra editada pelo Clube de Jornalistas, em 1992]. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi delegado sindical e dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) [no biénio de 1996/97, sendo a Direcção do SJ presidida por Diana Andringa], da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) e membro do Conselho de Redacção do JN, do qual foi editor-adjunto do “Gabinete de Reportagem” e do “Desporto”. É autor do romance “Português Suave – Cuidado com cão” [1.ª edição “Euroedições”, em 1990; 2.ª edição “Arca das Letras”, em 2004], do livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”, da peça de teatro “E Tudo o Espírito Santo Levou” e da obra para a infância “A Família da Gata Pintinhas”. É um dos autores portugueses com obra publicada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Actualmente, integra a Redacção do jornal digital “sinalAberto”.

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