O tombo da torre

 O tombo da torre

Edifício da Torre do Tombo, em Lisboa. (antt.dglab.gov.pt)

Na Torre do Tombo guardam-se as memórias de Portugal. Algumas coisas não estarão lá, mas o acervo é muito grande. Ora, se um país sem memória facilmente perde a identidade, não acontecerá que haja quem esteja interessado no tombo da torre, mais do que na Torre do Tombo?

(Créditos fotográficos: Markus Kammermann – Pixabay)

É que, de repente, parece que se apagou, num ápice, o que foi a emigração, para se atacar imigrantes.  O que foi a privação da Liberdade para pôr em causa a Liberdade.  Falar-se de guerras esquecendo a que matou milhares de jovens, ingloriamente, nas ex-colónias. Porque o povo é estúpido? Ou porque há quem não se canse de o estupidificar? Quando abro a televisão, com as telenovelas mai-las casas dos segredos e quejandos, tenho de ir logo à casa de banho lavar o meu pobre cérebro. Igual só mesmo os “comentareiros” de serviço a “papaguear” o mesmo de sempre.

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25/08/2025

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Jorge Castro Guedes

Com a actividade profissional essencialmente centrada no teatro, ao longo de mais de 50 anos – tendo dirigido mais de mil intérpretes em mais de cem encenações –, repartiu a sua intervenção, profissional e social, por outros mundos: da publicidade à escrita de artigos de opinião, curioso do Ser(-se) Humano com a capacidade de se espantar como em criança. Se, outrora, se deixou tentar pela miragem de indicar caminhos, na maturidade, que só se conquista em idade avançada, o seu desejo restringe-se a partilhar espírito, coração e palavras. Pessimista por cepticismo, cínico interior em relação às suas convicções, mesmo assim, esforça-se por acreditar que a Humanidade sobreviverá enquanto razão de encontro fraterno e bom. Mesmo que possa verificar que as distopias vencem as utopias, recusa-se a deixar que o matem por dentro e que o calem para fora; mesmo que dela só fique o imaginário. Os heróis que viu em menino, por mais longe que esteja desses ideais e ilusões que, noutras partes, se transformaram em pesadelos, impõem-lhe um dever ético, a que chama “serviços mínimos”. Nasceu no Porto em 1954, tem vivido espalhado pelo Mundo: umas vezes “residencialmente”, outras “em viagem”. Tem convicções arreigadas, mas não é dogmático. Porém, se tiver de escolher, no plano das ideias, recusa mais depressa os “pragma” de justificação para a amoralidade do egoísmo e da indiferença do que os “dogma” de bússola ética.

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