Pilar e Vicente

Cangas de Morrazo, na Galiza. (aviturga.es)
Agora, a Pilar e o Vicente contemplam a bela Baía de Vigo. Fazem-no partir do terraço da sua casa em Cangas do Morrazo. A vila mariñeira que (nos) enfeitiça!
Como escreveu o poeta Manuel Martinez Gonzalez (1849-1894): “Nunca vim nin verei noites / mais belas e feiticeiras / que as que nas praias cangueiras / coa prealúa se se!” / “Que lus, Deus nunca me dará! / Que lus e que brilha! / A Galiza não tem canções / que possam antalos ben.”

É, pois, neste território, belo, encantador, povoado por gente boa, que Pilar e Vicente sorriem a uma vida longa que os levou a peregrinar pelos paladares do Mundo e a criar restaurantes de excelência, como “O Mariñeiro”, nas Portas do Mar, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores.

Este texto é sobre a amizade. Um amizade intensa, como Pilar Lourenço gosta de sublinhar, sempre que as nossas famílias estão juntas. Foi o que aconteceu em meados de Julho passado. À volta de uma mesa recheada de mimos da gastronomia galega, que acompanhámos com um refrescante “Ribeiro”.
Conheci a Pilar e o Vicente há 30 anos. Uma reportagem sobre o nacionalismo galego1, que terminou em noite de gélida chuva, levou-me a pernoitar em Cangas do Morrazo.
Passava das onze da noite quando entrei em “O Mariñeiro”. Entrei empurrado pela chuva e quando perguntei se ainda podia cear, o “sim” surgiu acompanhado de um longo e terno sorriso.
Foi assim que conheci a Pilar e o Vicente. Passaram todos estes anos e o sorriso da Pilar e o abraço do Vicente continuam a aconchegar-me, sempre que estamos juntos. Ora digam lá se não sou um gajo cheio de sorte…
.
Nota:
1 – https://www.galizalivre.com/2024/11/11/um-novo-olhar-ao-nacionalismo-galego-na-decada-de-70/
.
11/08/2025