Senhorios contra juros baixos

 Senhorios contra juros baixos

(Créditos fotográficos: Pete Linforth – Pixabay)

(Créditos fotográficos: DocChicago – Pixabay)

A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) lançou uma petição pública a exigir ao Governo, bem como aos partidos com assento na Assembleia da República, “a imediata abolição do congelamento das rendas em Portugal”.

Os proprietários dizem ser urgente acabar com “a injustiça que amarra à força senhorios portugueses a contratos vitalícios e rendas muito baixas”. Também exigem uma “actualização extraordinária das rendas” a realizar já no próximo ano de 2025.

O congelamento das rendas é coisa grave, sim senhor. Tão grave como os juros irrisórios pagos pelos bancos aos seus depositantes. Ao invés dos juros que cobram a quem a eles recorre para pedir crédito, um expediente que lhes garante 12 milhões de euros de lucro, a cada dia.

(Créditos fotográficos: Nick Pampoukidis – Unsplash)

Conclusão: apesar de uma renda mensal de 200 euros ser considerada baixa – quando há finórios a pedir cinco vezes mais pelo arrendamento de um T0, nos arrabaldes de Lisboa e do Porto –, o certo é que rende bem mais que os juros pagos pelos bancos. Mesmo que um senhorio tenha a sua conta bancária a prazo com chorudo recheio de 100 mil euros, por exemplo.

Assim, desafio os senhores proprietários: lancem uma petição pública contra tamanha injustiça e exijam ao Governo, bem como aos partidos com assento na Assembleia da República, “a imediata abolição” dos juros de merda pagos pelos bancos.

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Nota do Director:

O jornal sinalAberto, embora assuma a responsabilidade de emitir opinião própria, de acordo com o respectivo Estatuto Editorial, ao pretender também assegurar a possibilidade de expressão e o confronto de diversas correntes de opinião, declina qualquer responsabilidade editorial pelo conteúdo dos seus artigos de autor.

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29/08/2024

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Soares Novais

Porto (1954). Jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. “Diário de Notícias”, “Portugal Hoje”, “Record”, “Tal & Qual” e “Jornal de Notícias” (JN) são algumas das publicações onde exerceu o seu ofício [Fonte: “Quem é Quem no Jornalismo”, obra editada pelo Clube de Jornalistas, em 1992]. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi delegado sindical e dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) [no biénio de 1996/97, sendo a Direcção do SJ presidida por Diana Andringa], da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) e membro do Conselho de Redacção do JN, do qual foi editor-adjunto do “Gabinete de Reportagem” e do “Desporto”. É autor do romance “Português Suave – Cuidado com cão” [1.ª edição “Euroedições”, em 1990; 2.ª edição “Arca das Letras”, em 2004], do livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”, da peça de teatro “E Tudo o Espírito Santo Levou” e da obra para a infância “A Família da Gata Pintinhas”. É um dos autores portugueses com obra publicada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Actualmente, integra a Redacção do jornal digital “sinalAberto”.

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