Balanços de 2025: as televisões
(Créditos de imagem: cottonbro studio – pexels.com)
Ao mesmo ritmo a que mirram jornalistas em progressão aritmética, brotam comentadores em progressão geométrica. Aos primeiros vão sendo retirados os meios e a liberdade de acção para informar, trocando-lhes isso pela pressa e pelo sensacionalismo, sem confirmação responsável de fontes. E aos segundos estendem-se prebendas na directa proporção de serem co-repetidores do essencial de cada cartilha determinada para cada assunto e em cada momento. Na política, no desporto, no que seja. Quase sempre, tudo sem contraditório real, só “nuances” da mesma opinião. Pelo meio fica muita publicidade comercial.
A ficção prossegue em rampa inclinada para o fosso da estupidificação e do decaimento de qualidade técnica da realização, orlando a fossa séptica com minúsculos programas de qualidade, mas maioritariamente elitistas ou a desoras.

Se recuarmos 30 a 35 anos, a realidade era muito diferente: para melhor. Se projectarmos apenas os próximos três ou cinco anos, tudo indica que ainda será mais acentuada esta queda no abismo. Voltámos ao preto e branco dos conteúdos, sendo a cor um mero efeito óptico. Tudo isto não chega a ser muito mau porque é mais do que péssimo. Por mim, de prenda, só mesmo um paralelepípedo com força contra os ecrãs. É o que mentalmente já fiz. Está quase sempre desligado o aparelho.
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22/12/2025