“Lideranças fracas”
A ministra da Saúde afirmou, na Assembleia da República, que serão constituídas comissões de acompanhamento e de auditoria às administrações hospitalares. Pois, têm “lideranças fracas”. Tais comissões, garantiu a senhora ministra, servirão para “ajudá-los a cumprir a sua missão”. “Ajuda” que o conselho de administração do Hospital de São Teotónio (Unidade Local de Saúde Viseu Dão-Lafões) já recusou, demitindo-se em bloco.
Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), confrontado pela Rádio Renascença com um eventual efeito de contágio desta demissão a outras unidades hospitalares, espera que tal não aconteça, lembrando que “é necessário manter a estabilidade nos hospitais, para que consigam enfrentar períodos complexos como o verão que se avizinha”.
As declarações da governante Ana Paula Martins são uma ameaça à estabilidade nos hospitais. Mas, na sexta-feira (14 de Junho), o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, reforçou-as ao garantir que o “Governo revê-se integralmente nas declarações da ministra da Saúde”. E, assim sendo, o melhor é esperar pelos próximos ataques ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)…
Pena é que a senhora ministra, e quem a acompanhava, não tenha sido suficientemente capaz de evitar “o lapso feito no contacto com o INEM” (Instituto Nacional de Emergência Médica) referindo “a A8 e não a A10 como o local do acidente” que sofreu, quando viajava de Coimbra para Lisboa, a 7 de Junho. De facto, ter-se-ia evitado que os Bombeiros Voluntários de Torres Vedras e a Protecção Civil do Oeste (Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste) tivessem percorrido a “A8 entre Caldas da Rainha, Torres Vedras e Malveira” sem encontrar “qualquer acidente”.
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Nota final:
A actual titular do Ministério da Saúde liderava a administração do Hospital Santa Maria que encerrou o serviço de obstetrícia (Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução) daquela unidade hospitalar (presente Unidade Local de Saúde Santa Maria), contra a vontade dos médicos e que levou oito especialistas a saírem para o sector privado.
Por seu turno, Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), diz ser inaceitável que se continuem a encerrar serviços por falta de médicos e, desta vez, “com a agravante de haver ocultação de informação” por parte da ministra Ana Paula Martins.
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17/06/2024