O pêndulo da História

 O pêndulo da História

(megacurioso.com.br)

Sigmund Freud foi um foi um médico neurologista e importante
psicanalista austríaco que pesquisou a estrutura e o comportamento da
mente, bem como as patologias associadas a ela. (oteuamc.tv)

A História das ideias e as ideias da História funcionam como um pêndulo que, ao bater num extremo, é devolvido ao movimento anterior. Não o faz de uma forma completamente simétrica porque o próprio movimento não é determinista, não corresponde a uma lei física, mas a uma lei social, em que vontades e aprendizagens, crítica e memória vão interferindo na oscilação mecânica. Mas é-o no essencial.

É assim que penso, muitas vezes, que, se Sigmund Freud fosse vivo hoje, em vez de se debruçar intensamente sobre os complexos e frustrações resultantes da repressão sexual, talvez escrevesse um tratado sobre a compulsão obsessiva da sexualização omnipresente e da sua exuberância “social” na puberdade. Por exemplo, apenas.

(Direitos reservados)

A questão pendular não é só, nem iminentemente, política. A política é causa e efeito do mesmíssimo fenómeno do movimento do pêndulo, presente também na psicologia e no quotidiano existencial. Talvez volte a isto. O romance “Lolita” de Vladimir Nabokov deixa de ser um arquétipo do desejo contido por razões éticas para ser a incontinência do dever desse desejo, como expressão estética dominante. Por exemplo.

.

27/11/2025

Siga-nos:
fb-share-icon

Jorge Castro Guedes

Com a actividade profissional essencialmente centrada no teatro, ao longo de mais de 50 anos – tendo dirigido mais de mil intérpretes em mais de cem encenações –, repartiu a sua intervenção, profissional e social, por outros mundos: da publicidade à escrita de artigos de opinião, curioso do Ser(-se) Humano com a capacidade de se espantar como em criança. Se, outrora, se deixou tentar pela miragem de indicar caminhos, na maturidade, que só se conquista em idade avançada, o seu desejo restringe-se a partilhar espírito, coração e palavras. Pessimista por cepticismo, cínico interior em relação às suas convicções, mesmo assim, esforça-se por acreditar que a Humanidade sobreviverá enquanto razão de encontro fraterno e bom. Mesmo que possa verificar que as distopias vencem as utopias, recusa-se a deixar que o matem por dentro e que o calem para fora; mesmo que dela só fique o imaginário. Os heróis que viu em menino, por mais longe que esteja desses ideais e ilusões que, noutras partes, se transformaram em pesadelos, impõem-lhe um dever ético, a que chama “serviços mínimos”. Nasceu no Porto em 1954, tem vivido espalhado pelo Mundo: umas vezes “residencialmente”, outras “em viagem”. Tem convicções arreigadas, mas não é dogmático. Porém, se tiver de escolher, no plano das ideias, recusa mais depressa os “pragma” de justificação para a amoralidade do egoísmo e da indiferença do que os “dogma” de bússola ética.

Outros artigos

Share
Instagram