O pêndulo da História
(megacurioso.com.br)

psicanalista austríaco que pesquisou a estrutura e o comportamento da
mente, bem como as patologias associadas a ela. (oteuamc.tv)
A História das ideias e as ideias da História funcionam como um pêndulo que, ao bater num extremo, é devolvido ao movimento anterior. Não o faz de uma forma completamente simétrica porque o próprio movimento não é determinista, não corresponde a uma lei física, mas a uma lei social, em que vontades e aprendizagens, crítica e memória vão interferindo na oscilação mecânica. Mas é-o no essencial.
É assim que penso, muitas vezes, que, se Sigmund Freud fosse vivo hoje, em vez de se debruçar intensamente sobre os complexos e frustrações resultantes da repressão sexual, talvez escrevesse um tratado sobre a compulsão obsessiva da sexualização omnipresente e da sua exuberância “social” na puberdade. Por exemplo, apenas.

A questão pendular não é só, nem iminentemente, política. A política é causa e efeito do mesmíssimo fenómeno do movimento do pêndulo, presente também na psicologia e no quotidiano existencial. Talvez volte a isto. O romance “Lolita” de Vladimir Nabokov deixa de ser um arquétipo do desejo contido por razões éticas para ser a incontinência do dever desse desejo, como expressão estética dominante. Por exemplo.
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27/11/2025