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Segurança aérea

Após vários sobrevoos, fez-se à pista, nesta vez com recurso a um ardil: diminuiu drasticamente a velocidade e, sobre o alvo, picou.

Ao tocar a superfície, a mesma falta de aderência, as mesmas derrapagens, os mesmos ziguezagues, o mesmo descontrolo de asas!

Com o credo na boca, levanta na vertical, ganha altura, frustradíssimo. Ciente de ter ultrapassado os limites da sensatez.

Rendido às evidências, desiste. E verte doutrina de segurança nos manuais de pilotagem:

Para qualquer sujeito voador – mosquito, pássaro, avião – é insensato aterrar em careca untada com brilhantina.

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13/04/2023

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Augusto Baptista

Natural de Oliveira de Azeméis, jornalista, cruza escritas: texto, fotografia, desenho. Tem livros publicados e realizou exposições (fotografia, desenho). Da direcção da Cena Lusófona e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.

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