“5 de Outubro” privado
As comemorações dos 114 anos da implantação da República foram profundamente deprimentes. O povo de Lisboa foi afastado das proximidades1 e o edil de Lisboa clamou contra “uma política de portas escancaradas que conduz à desordem”. Para gáudio do deputado do Chega presente.
Carlos Moedas aproveitou ainda a festa privada do “5 de Outubro” para dar azo ao seu habitual populismo: “Hoje, posso dizer que ontem resolvemos uma das situações mais graves da nossa cidade. Ontem, ajudámos todas as pessoas que estavam à volta da Igreja dos Anjos a encontrar um tecto.”
Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República que integra a Junta da Casa de Bragança, como se pode confirmar2, afirmou que “República e Democracia estão vivas, mas sabem que têm de mudar e muito”. O senhor Presidente tem razão: Portugal precisa de uma res publica constituída por cidadãos livres. Livres de discriminação e de castas privilegiadas, que comem tudo e não deixam nada…
Notas:
1 – Alegam que foram razões de segurança que motivaram o afastamento físico da população de Lisboa das comemorações. José Relvas, que proclamou a República na manhã do dia 5 de Outubro de 1910, e todos aqueles que participaram na revolução popular que destituiu a monarquia não merecem tal atentado à liberdade e à igualdade – direitos democráticos fundamentais. Nem eles nem todos aqueles que nunca deixaram de comemorar a implantação da República durante os 48 anos da ditadura fascista.
2 – Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa iniciou as funções de vogal da Junta da Casa de Bragança (Fundação da Casa de Bragança), em 2 de Março de 1995, embora mantenha o respectivo mandato suspenso durante o período de exercício das actuais funções de Presidente da República.
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Nota do Director:
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07/10/2024