Que tem a palavra a ver com um Bentley?

(Imagem gerada por IA – firefly.adobe.com)

Trabalhei em publicidade, no início da década de 90, com a felicidade de ter chegado a ela no momento de compreensão (e necessidade) da palavra como elemento fulcral para a criação do próprio conceito, sendo nós, os copywritters, as aves raras bem pagas porque tudo, nos 20 anos anteriores, andara baseado naquela ideia de que uma imagem vale mais do que mil palavras (embora, para exprimir essa mesma ideia, tivesse de ser com palavras formuladas).

Os que hoje cultivam a escrita, o pensamento e a criatividade pela via da escrita preparem-se para esperar mais 10 anos e vão beneficiar da queda do modismo que pensa dispensá-los em nome da “webpublicidade”. Até porque, ao mais, acresce que virá o momento de ser imperioso reinventar o processo criativo-comunicacional, saturada a forma e o espaço da “webpublicidade”. Já não é para o meu tempo, mas tivesse eu o mesmo saber para acertar na chave do Euromilhões e, entre outras coisas, já tinha encomendado o meu Bentley.
.
………………………….
.
Nota do Director:
O jornal sinalAberto, embora assuma a responsabilidade de emitir opinião própria, de acordo com o respectivo Estatuto Editorial, ao pretender também assegurar a possibilidade de expressão e o confronto de diversas correntes de opinião, declina qualquer responsabilidade editorial pelo conteúdo dos seus artigos de autor.
.
09/10/2025