A farsa dos treteiros
Topem o que eles fazem, dizem e escrevem. Eles, os treteiros da farsa em exibição. Atentem no que diz o protagonista e aquele comparsa que pôs os Espanhóis a rir a bandeiras despregadas.
Fixem o figurante que se passeia pelo anfiteatro a mascar pastilha elástica. Atentem nas falas monocórdicas daquela personagem que esteve no alçapão durante a tragédia; e no ar do artista que se passeou pelo rio trajando vistoso colete salva-vidas.
Eles, os treteiros, são manhosos e medíocres. Como aquele bouffon que trouxeram de Bruxelas, depois de o dito ter feito uma imitação rasca da cena do candeeiro que Vasco Santana eternizou no filme “O Pátio das Cantigas”1.
Não tenham dúvidas: a farsa em exibição é má. Muito má. Apesar da propaganda e da autopromoção dos artistas da companhia. Nem os elogios maquiavélicos do seu mentor e director artístico os salvarão da pateada…
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Nota:
1 – Comédia cinematográfica portuguesa realizada, em 1942, por Francisco Ribeiro e produzida por António Lopes Ribeiro.
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Nota do Director:
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30/09/2024