Bebé de Gaza contra genocídio
O exército israelita continua a matar o povo de Gaza. A cidadã Ola al-Kurd foi uma das mais recentes vítimas do genocídio. Tinha 25 anos e estava grávida. Foi levada pelas equipas de emergência para o Hospital Al-Awda na esperança de salvar o feto. Horas depois, os médicos disseram à Associated Press que um menino tinha nascido.
Ola al-Kurd morreu devido a um ataque aéreo que atingiu a sua casa, em Nuseirat. O bebé foi retirado do seu ventre com vida. O recém-nascido, ainda sem nome, “está estável, mas sofreu com a falta de oxigénio, tendo sido colocado numa incubadora”, disse o médico Khalil Dajran. O seu pai também foi ferido no ataque, mas sobreviveu.
A meio da semana finda, o grupo da Esquerda Europeia solicitou uma discussão parlamentar sobre “a defesa do direito humanitário e do direito internacional em Gaza”. Todavia, a deputada Catarina Martins, que foi a porta-voz de tal solicitação, viu “a iniciativa ser rejeitada por 251 votos contra 149 favoráveis, num total de 416”.
Para a maioria dos membros do Parlamento Europeu, o genocídio do povo de Gaza e a defesa do direito humanitário e do direito internacional não merecem qualquer debate. Isto é, a chacina em Gaza, ditada pelas balas e bombas israelitas, não lhes causa qualquer inquietação humanitária, moral ou política.
Um dia, o menino que os médicos tiraram do ventre da mãe morta, cobrar-lhes-á pelo seu silêncio cúmplice. Ele e todos os outros habitantes de Gaza que sobrevivam a um genocídio que já matou 38900 pessoas, segundo o Ministério da Saúde.
.
22/07/2024