Bebé de Gaza contra genocídio

 Bebé de Gaza contra genocídio

(Créditos fotográficos: Josh Mason-Barkin – Pixabay)

O exército israelita continua a matar o povo de Gaza. A cidadã Ola al-Kurd foi uma das mais recentes vítimas do genocídio. Tinha 25 anos e estava grávida. Foi levada pelas equipas de emergência para o Hospital Al-Awda na esperança de salvar o feto. Horas depois, os médicos disseram à Associated Press que um menino tinha nascido.

Ola al-Kurd morreu devido a um ataque aéreo que atingiu a sua casa, em Nuseirat. O bebé foi retirado do seu ventre com vida. O recém-nascido, ainda sem nome, “está estável, mas sofreu com a falta de oxigénio, tendo sido colocado numa incubadora”, disse o médico Khalil Dajran. O seu pai também foi ferido no ataque, mas sobreviveu.

A meio da semana finda, o grupo da Esquerda Europeia solicitou uma discussão parlamentar sobre “a defesa do direito humanitário e do direito internacional em Gaza”. Todavia, a deputada Catarina Martins, que foi a porta-voz de tal solicitação, viu “a iniciativa ser rejeitada por 251 votos contra 149 favoráveis, num total de 416”.

(Créditos fotográficos: Abdulla Alyaqoob – Pixabay)

Para a maioria dos membros do Parlamento Europeu, o genocídio do povo de Gaza e a defesa do direito humanitário e do direito internacional não merecem qualquer debate. Isto é, a chacina em Gaza, ditada pelas balas e bombas israelitas, não lhes causa qualquer inquietação humanitária, moral ou política.

Um dia, o menino que os médicos tiraram do ventre da mãe morta, cobrar-lhes-á pelo seu silêncio cúmplice. Ele e todos os outros habitantes de Gaza que sobrevivam a um genocídio que já matou 38900 pessoas, segundo o Ministério da Saúde.

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22/07/2024

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Soares Novais

Porto (1954). Jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. “Diário de Notícias”, “Portugal Hoje”, “Record”, “Tal & Qual” e “Jornal de Notícias” (JN) são algumas das publicações onde exerceu o seu ofício [Fonte: “Quem é Quem no Jornalismo”, obra editada pelo Clube de Jornalistas, em 1992]. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi delegado sindical e dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) [no biénio de 1996/97, sendo a Direcção do SJ presidida por Diana Andringa], da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) e membro do Conselho de Redacção do JN, do qual foi editor-adjunto do “Gabinete de Reportagem” e do “Desporto”. É autor do romance “Português Suave – Cuidado com cão” [1.ª edição “Euroedições”, em 1990; 2.ª edição “Arca das Letras”, em 2004], do livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”, da peça de teatro “E Tudo o Espírito Santo Levou” e da obra para a infância “A Família da Gata Pintinhas”. É um dos autores portugueses com obra publicada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Actualmente, integra a Redacção do jornal digital “sinalAberto”.

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