“Do que um homem é capaz”

 “Do que um homem é capaz”

José Mário Branco (nossaradio.blogspot.com)

É inaugurada hoje (segunda-feira, 16 de Setembro, às 18h00), a exposição “Do que um homem é capaz – O acervo documental de José Mário Branco”. A mostra, cujo título é homónimo de uma sua canção que integra o álbum “Resistir é vencer” de 2004, estará patente na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, em Campolide, até ao dia 18 de Outubro.

A exposição “Do que um homem é capaz” centra-se no acervo documental físico e digital de José Mário Branco (Porto, 1942 – Lisboa, 2019). A família do cantautor decidiu confiar esse acervo à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH) “dada a colaboração que o próprio estabeleceu com o CESEM [Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical] e com o INET-md1 [Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança] entre 2014 e 2019” para “aí ser preservado, catalogado, estudado”.

(Direitos reservados)

Tais tarefas foram iniciadas pelo Arquivo José Mário Branco, “lançado em 2018 sob a direção de Manuel Pedro Ferreira”. Para o efeito, foi criado o Centro de Estudos e Documentação José Mário Branco – Música e Liberdade (CEDJMB-ML), cuja comissão científica é presidida por Salwa Castelo-Branco.”

O compositor, letrista, intérprete, arranjador e produtor discográfico que marcou, profundamente, o panorama musical português, começou a organizar pastas em que “depositava documentação relacionada com as diversas a[c]tividades desenvolvidas” ainda durante o seu exílio em Paris (na França), entre 1963 e 1974. Prática que manteve até ao fim da sua vida, a 19 de Novembro de 2019.

José Mário Branco continua a ser uma figura presente do nosso cancioneiro. (museudoaljube.pt)

Como resultado, no inventário efectuado em 2021, foram identificadas 310 pastas guardadas em 57 caixas. Nelas estão partituras, cifras, letras, mapeamentos de concertos, listas de contactos telefónicos, recibos e orçamentos, bem como correspondência variada com editoras, postais, contratos, guiões de séries de animação, entre outras tipologias documentais.

A exposição, segundo os seus curadores,  pretende ser “uma breve amostra da riqueza e variedade desse acervo e dos seus diversos tipos de materiais”  e está organizada nas seguintes secções:

  1. Produção fonográfica – documentação relacionada com a produção de discos;
  2. Teatro, cinema e televisão – documentação referente a actividades desenvolvidas nessas áreas;
  3. Actividade política – documentação relacionada com o percurso cívico e político; e
  4. Fundo fonográfico – suportes físicos e elementos com eles relacionados.

A exposição tem curadoria de Ricardo Andrade (INET-md), de Alcina Cortez (INET-md), de Hugo Castro (INET-md), de Patrícia Lopes (CESEM) e António Branco, filho de José Mário que representa a Universidade do Algarve e também a família no CEDJMB-ML).

Entretanto, continua a decorrer a recolha de assinaturas da petição que visa pedir a classificação da obra de José Mário Branco como de interesse nacional. Para tal, aceda aqui.

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16/09/2024

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Soares Novais

Porto (1954). Autor, editor, jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP). Publicou o romance “Português Suave” e o livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”. É um dos autores portugueses com obra publicada na colecção “Livro na Rua”, que é editada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Tem textos publicados no "Resistir.info" e em diversos sítios electrónicos da América Latina e do País Basco. É autor da coluna semanal “Sinais de Fogo” no blogue “A Viagem dos Argonautas”. Assina a crónica “Farpas e Cafunés”, na revista digital brasileira “Nós Fora dos Eixos”.

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