Gizela de Brito: “Viajo sempre com um livro e com um bonsai”

 Gizela de Brito: “Viajo sempre com um livro e com um bonsai”

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Gizela de Brito é natural de Luanda. Arquiteta, construtora civil e sócia-gerente numa empresa de comércio geral e hotelaria, foi docente, em Angola, nas disciplinas de Artes Plásticas, Artes Visuais e Desenho Técnico e Específico, nos sistemas de ensino angolano, português e francês. Escritora e ilustradora, com participação em diversas coletâneas, é, ainda, autora do livro infantojuvenil “Os Segredos dos Meninos Mágicos”.

“A opção de ir para a Educação e de dar aulas foi uma solução que combinei com o trabalho técnico”, refere  Gizela de Brito.
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sinalAberto – O seu percurso académico passou pela Construção Civil e pela Arquitetura. Uma opção um tanto atípica para uma mulher, sobretudo, para uma mulher africana, relativamente aos preceitos sociais e culturais instituídos. Como foi essa experiência?

Gizela de Brito A escolha de um percurso profissional surgiu muito cedo, aos catorze anos, e baseada em critérios que o Ministério de Educação possuía: o de assentar o encaminhamento na base do resultado das avaliações dos alunos. Eu tinha um quadro de notas bastante homogéneo e bom, o que me permitia ir para qualquer curso, mas o meu pai tinha feito a Escola Industrial e sonhava que eu seguisse o ensino técnico. Para mim, tendo aptidão, igualmente, para as línguas, encarava a ida para o Politécnico como um desafio. No primeiro ano, não chegávamos a meia dúzia de meninas, o que era muito apreciado.

No regime político que vivíamos, ter raparigas no ensino técnico era estimado e encorajado. Por esse lado, não havia problemas. A questão apresentou-se-me ao terminar o curso tão jovem. As empresas, às quais me candidatei, não acreditavam na minha capacidade, nem mesmo que eu fosse construtora civil certificada. E os lugares visados eram sempre os mesmos: secretária, ajudante nos estaleiros e com salários muito abaixo da média. Então, comecei a trabalhar por conta própria.

Chefiar equipas com homens tinha também um resultado difícil. Assim, a opção de ir para a Educação e de dar aulas foi uma solução que combinei com o trabalho técnico. Esta situação, de certa forma, repetiu-se quando concluí o superior de Arquitetura. 

“Adquiri a independência financeira muito cedo, para o
universo das jovens mulheres angolanas da altura e até mais
cedo do que muitos rapazes da minha faixa etária”, afirma
Gizela de Brito. (Direitos reservados)

sA – Crê que a sua trajetória profissional, mas também pessoal, pode ser encarada como um exemplo do empoderamento feminino, transversal a diferentes nacionalidades e culturas?

GB –Adquiri a independência financeira muito cedo, para o universo das jovens mulheres angolanas da altura e até mais cedo do que muitos rapazes da minha faixa etária. E, por esse prisma, tenho a convicção de que é um motivo de orgulho pessoal. Aos trinta anos, na década de noventa, num país como Angola, ser independente financeiramente era muito difícil. Acredito que, mesmo hoje, em outros países e em Angola continua a ser complicado, embora o acesso das senhoras ao emprego, em diferentes áreas profissionais, seja mais facilitado. Estamos na era do uso de uma palavra que, na minha época, não existia: “empoderamento”. Pessoalmente, encarava o trabalho, o estudo e a persistência (e ainda encaro) como a única forma de adquirir poder e liberdade.

Quando ouço uma aluna ou um aluno dizer que seguiu Arquitetura ou Artes porque eu os motivei, sinto que cumpri a minha tarefa e fico orgulhosa. Aceito a expressão no sentido em que – mesmo, por vezes, desmotivada – prossegui e tentei perseguir os meus sonhos e atingir os meus objetivos. Se motivei outras meninas fico contente. Eu sobrevivi não dependendo nem de pai nem de marido, já que me casei com 36 anos. “Podemos ser o que quisermos ser” e isso deve ser transversal a diferentes origens, nacionalidades ou culturas.

“Essa consciência da igualdade, da identidade do meu povo,
a consciência política, o respeito pelos ancestrais e pela
Natureza refletiram-se na minha visão do Mundo, das Artes
e, consequentemente, no peso das minhas palavras e na
minha postura na vida”, manifesta Gizela de Brito.
(© Gizela de Brito – @chinamachado)

sA – Afirmou, em entrevistas anteriores, que teve a felicidade de ter lido diversos livros logo na infância. Refere, no entanto, que foi a literatura, com a qual teve contacto após a independência de Angola, que lhe conferiu uma consciência politizada. Sendo criança, de que forma se traduziu essa consciência e quais os livros que contribuíram para tal?

GB –Festejei o meu décimo aniversário uma semana após a independência. Já tinha a quarta classe concluída com muito boas bases e num estabelecimento de ensino excelente. Acredito que estas bases é que serviram de força motriz para o percurso académico posterior e para a abertura que tive em termos de cultura geral, o que inclui a Literatura. O meio em que vivia era propício. Aos dez anos, já lia muito e não conseguia passar sem um livro. O universo literário era o da fantasia. Com o sistema político vigente e com os acessos que tinha, não era possível ser de outra maneira. Recordo-me que “despertei” quando li Luandino Vieira: “A Vida Verdadeira de Domingos Xavier”, “A Cidade e a Infância” e “Nós, os do Makulusu”. Também o livro “Nós Matámos o Cão-Tinhoso”, de Luís Bernardo Honwana1. E, depois, Jorge Amado, José Mauro de Vasconcelos e por aí afora… Isto tudo começou demasiado cedo. Descobri a poesia ao mesmo tempo: emergente e revolucionária. Essa consciência da igualdade, da identidade do meu povo, a consciência política, o respeito pelos ancestrais e pela Natureza refletiram-se na minha visão do Mundo, das Artes e, consequentemente, no peso das minhas palavras e na minha postura na vida.

sA – Foi igualmente em criança, e com apenas 11 anos, que começou a escrever os primeiros poemas. Desde então, a poesia tem-na acompanhado, embora, atualmente, seja também autora de diversos contos. A prosa está em contraste com a poesia ou, pelo contrário, podemos defini-la como uma prosa poética?

GB Sim… Admito que a minha prosa é poética. A poesia teve e tem um impacto na minha narrativa. Os primeiros poemas, aos onze anos, eram muito politizados ou de amor. Não sou a mesma hoje: sou bastante eclética nos gostos e com uma escrita poética numa forma bastante livre. Voltando à prosa, quero referir que o universo africano e que os recursos linguísticos que nos definem fazem com que tenhamos essa vertente poética de forma bastante natural. E este fator resulta na narrativa da mesma forma. A prosa veio com as crónicas e com os contos, mas sempre com a linguagem imagética, metafórica e os traços ligeiros e voejantes dos poemas. “A nossa terra é dos pés que lá assentaram”, frase da minha autoria, inserida no livro “Os Segredos dos Meninos Mágicos”.

Livro “Os segredos dos Meninos Mágicos”, texto e ilustração da capa
da autoria de Gizela de Brito, design da capa de Neto Jabur.
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sA – Participou em várias antologias centradas na figura da mulher. Curiosamente, no livro infantojuvenil que lançou recentemente, intitulado “Os Segredos dos Meninos Mágicos”, as personagens principais são meninos. Justifica esta opção porque, em Angola, quando viajava, apenas via meninos a brincarem nas ruas. As meninas estariam ocupadas a desempenhar tarefas. Ainda que, de forma não intencional e paradoxalmente, o facto de falar só em rapazes e nas brincadeiras deles, poderá levar-nos a pensar na condição das mulheres ou das meninas-mulheres, melhor dizendo?

GB Verifiquei que, em Angola, no interior do país, os meninos brincam e as meninas trabalham: carregam os irmãos nas costas, vão às lavras, lavam a roupa nos rios, vendem nas praças com as mães. Frequentemente, as meninas casam-se e engravidam ainda crianças ou adolescentes. Assumem tarefas inadequadas para a idade. Pode ferir aquilo que digo, mas gostaria que funcionasse como reflexão para uma questão sensível e problemática. A infância das meninas é penalizada. Os rapazes brincam e é sobre as brincadeiras e os problemas dos rapazes que falo. Reservo as narrativas que abraçam as “meninas-mulheres” nos contos para adultos. Aí, o meu olhar é sobre os problemas e as questões de jovens (muito jovens) mulheres. O meu olhar é sobre a especificidade das condições das meninas-mulheres até serem adultas. É sobre a necessidade de encarar este problema, transversal a todos os cantos do país. Uma ação cirúrgica sensível sobre esta questão é pertinente, a curto prazo.  

“A minha mãe e os seus ancestrais são da província do Bié. Tenho um profundo respeito e paixão pela história do povo do qual descendo”, expressa Gizela de Brito. (Direitos reservados)

sA – A mesma obra, também ilustrada por si, é ainda um tributo aos seus antepassados maternos e à respetiva cultura, nomeadamente, à etnia a que pertenciam, a história do reino do M’Balundu, na província do Bié. No seu entender, deveria haver editoras mais vocacionadas para autores lusófonos, sensíveis às múltiplas realidades culturais, como forma de preservar a identidade dos povos de língua oficial portuguesa e, simultaneamente, de promoverem a sua inclusão?

GB Sou descendente da etnia ovimbundu, por via materna. A minha mãe e os seus ancestrais são da província do Bié. Tenho um profundo respeito e paixão pela história do povo do qual descendo. Através das crenças e das tradições, resgato esta identidade para os meus contos. Tento ser o mais fiel e correta possível em relação às referências. E socorro-me da escuta das gentes. Contacto com este espaço, mas também ficciono, para entrar no universo infantojuvenil.

Gizela de Brito na Feira do Livro de Creixomil. (Direitos reservados)

O núcleo de autores cuja origem é de “outra lusofonia”, que não seja de Portugal ou do Brasil, é muito pequena. Não existe abertura, embora se sinta muita curiosidade sobre este sujeito. Não existe promoção nem investimento efetivo, nem inclusivo.  Quando existe, é sempre numa base comparativa com o pequeno grupo de autores já existente. Resta aos escritores investirem em produções de autor.

O acesso ao público dependerá de outros fatores, o que resulta no desânimo. Acho que um olhar atento, apurado, ao mundo lusófono africano permitirá uma melhor compreensão da nossa cultura e a aceitação da Língua Portuguesa em outros domínios. O Português é a língua de todos nós. É de louvar programas como os da RTP África, na divulgação e na promoção de autores e de artistas plásticos. Faz um papel de divulgador, mas, depois, existe todo um mecanismo à volta que não colabora. E aí entram as editoras. Temos de ter em conta que a realidade económica nos países de África e o investimento de uma editora tradicional raramente existe.

Programa televisivo Mar de Letras, com Gizela de Brito. (rtp.pt)

sA – Diz que o domínio de outras línguas lhe ofereceu a diversidade e o sentimento de pertença a diferentes culturas. Inversamente, mediante o seu sentido de observação, como reagem os falantes de outras línguas à Língua Portuguesa, personificada nos diversos povos lusófonos? Sente que a divulgação do seu trabalho noutros países contribui tal-qualmente para a disseminação da Língua Portuguesa?

GB – O domínio de outras línguas permitiu-me o acesso efetivo e afetivo a outras culturas, africanas também (a exemplo da África do Sul, da Namíbia, do Reino de Essuatíni, de Moçambique, do Congo e etc.). Conhecê-las em profundidade levou-me a refletir sobre esse assunto. E sinto neles, sim, um profundo desconhecimento em relação ao universo literário lusófono, mas também uma curiosidade. Sou frequentadora, já há muitos anos, de uma conhecida livraria sul-africana e encontrar autores da lusofonia, traduzidos, é raro. A Língua Portuguesa, em territórios vizinhos, não assume a mesma dimensão. Acredito, entretanto, que o trabalho deve ser feito de dentro para fora. Ou seja, nos nossos países para outros, permitindo o intercâmbio. Se eu falar Português na África do Sul ou no Botswana, terei dificuldade em fazer-me entender ou, até, em reconhecerem a minha origem.

Em Angola, falar mais de uma língua é muito comum. O desconhecimento é a falta de divulgação e de intercâmbio cultural. É mais fácil ler, em círculos brasileiros (por exemplo), escritores da lusofonia africana. Em relação à disseminação, não só falo dos meus trabalhos, mas de muitos de nós. Não podemos esquecer que a Língua Portuguesa tem o seu maior número de falantes fora de Portugal. Se o meu trabalho for conhecido entre nós (universo lusófono), primeiro, já será um grande passo… Sonho com o passo seguinte e, sim, seria um reconhecimento da língua de todos nós.

O Pilanesberg é uma zona montanhosa na Província Noroeste e a quarta maior reserva ecológica da África do Sul. (© Gizela de Brito)

sA – A Gizela de Brito possui uma página na Internet (https://www.gizeladebrito.com/), onde se autodenomina como “A Sussurradora d’Estórias”. Segundo explica, esse epíteto pretende ser uma homenagem às baleias, mas também à Natureza e à conexão que os animais têm com o Homem. Quem nasceu ou viveu em África, fruto da cultura ancestral, tem uma ligação mais profunda com a Terra. Num mundo ecologicamente ameaçado, onde amiúde se fala das alterações climáticas, qual é a importância de dar a conhecer as tradições africanas e a simbiose entre Homem e Natureza, sobretudo, às gerações mais novas?

Ilustração da autoria de Gizela de Brito, para o conto “O
Menino Chacal”. (Direitos reservados)

GB O Homem africano vive em contacto com a Natureza na sua forma mais íntima. Os fenómenos, os elementos (árvores, rochas, rios…) possuem vida e alma. Conhecer e respeitar as tradições africanas é acreditar que o Homem não existe sem essa comunhão. Vivemos, essencialmente, fora de casa: nos quintais, nas lavras, à beira dos rios. Os encontros e as festas são no meio das aldeias, debaixo de árvores. Planto árvores todos os anos, cuido delas e de várias plantas. Viajo sempre com um livro e com um bonsai. Só assim faz sentido para mim.

Cuidar do meio ambiente para que ele cuide de mim. Cuidar do próximo para sentir a mesma conexão e para encontrar a paz. Viver em equilíbrio com a Natureza é encontrar o meu próprio equilíbrio. As minhas mais caras e inesquecíveis experiências foram em países de África e em contacto com a Natureza. Logo, acredito que conhecer e entender este continente, bem como as tradições, os costumes, as crenças é acreditar que esta simbiose é a génese. Será levar às novas gerações a esperança de uma oportunidade de renovação. O respeito pelo meio ambiente é natural para quem convive diariamente com ele e dialoga com a terra e seus elementos, como se estes tivessem alma… Estes somos nós, os Africanos. Esta sou eu.

“A Biblioteca Provincial do Huambo é um espaço muito especial para mim”, expressa Gizela de Brito. (Direitos reservados)

sA – Profissionalmente, a Gizela de Brito exerce funções diretivas numa empresa de comércio geral e hotelaria. Consegue, no entanto, conciliar tempo para a escrita, para o desenho, para a pintura e para a fotografia. Em termos sociais e de cidadania, tem apoiado algumas causas ou iniciativas. A Biblioteca Provincial de Huambo é um exemplo disso, pois assumiu o compromisso de, quando tal lhe é possível, doar livros para juntar ao acervo existente, que, conforme diz, está muito aquém daquilo que seria necessário. Fale-nos do papel que as bibliotecas, em geral, desempenham num país com as características de Angola e quais as maiores dificuldades que estas enfrentam.   

GB A Biblioteca Provincial do Huambo é um espaço muito especial para mim. Com muito boas instalações, mas uma enorme fragilidade no que é mais importante: livros. Quando a procurei, a primeira vez, investigava livros sobre a história da província e nada encontrei. A partir daí, dentro do que me é possível, tento doar livros que permitirão aos jovens, sobretudo, terem acesso ao conhecimento. No passado mês de dezembro, efetuei o lançamento do meu livro nesta biblioteca. Antes, no entanto, fiz uma doação de livros, o que, para mim, foi muito importante. No meu país, existe uma preocupação com as bibliotecas e os seus funcionamentos. Os espaços possuem infraestruturas perfeitas e estão abertas ao público. Também possuímos a Rede de Mediatecas, bastante ativa e inclusiva. As bibliotecas ocupam-se de eventos, de lançamentos, de produções e têm um público fiel. Falando da “minha” biblioteca, a maior lacuna é a falta de acervo. O dinamismo e a vontade de fazer bem e melhor é a grande qualidade. Contribuo, é o que me cabe fazer com consciência.

Primeiras três edições da Revista GIRA PALAVRA. (rodasliterarias.art)

sA – Entre outros, tem textos publicados na Revista GIRA PALAVRA, do projeto Rodas Literárias, no Brasil, que soma já 12 anos de existência. Em que consta este projeto e qual a sua relevância? Gostaríamos também de saber que outros projetos tem delineados e quais gostaria ainda de vir a realizar.

GB O projeto Rodas Literárias existe há 12 anos. Começou no sistema público em bibliotecas de Niterói, no Brasil, no ano de 2012. Visa o incentivo à democratização, apela à consciência e à atitude do cidadão. Tem, de forma geral, o desejo da participação coletiva em diversas áreas do conhecimento: literatura e arte. Não tem uma visão escolar da literatura, mas encara-a como uma representação da liberdade de pensar literatura. Numa pesquisa recente, consta-se que o Brasil possui 47% de população leitora acima dos cinco anos de idade, com uma média de um livro lido nos últimos três meses. O que significa um decréscimo na média de livros lidos. Ora, dentro deste pressuposto, as Rodas Literárias representam um franco engajamento no processo de acesso à leitura, possuindo uma atividade grátis quinzenal e uma enorme comunicabilidade e abrangência.

A mentora e educadora Mozì Neri faz um percurso sem apoio e com um carácter revolucionário com o acesso à leitura de obras clássicas ou não, de vários géneros. Entro, agora, no quarto ano de participação nas sessões. Sou a única participante de outra lusofonia, neste momento, mas sempre me senti parte do coletivo.

Ilustração da autoria de Gizela de Brito, para o conto “E nos pés brotaram árvores”. (Direitos Reservados)

A inclusão de textos de todo o universo lusófono e não só, é parte da preocupação de Mozì Neri. A Revista Gira Palavras e as autorias participantes são uma inovação do projeto e também intervenções abertas aos participantes. Em relação a mim, tenciono prosseguir na escrita, na leitura, na ilustração e na fotografia. Tenho dois livros a solo, ilustrados por mim, prontos a sair. Tenho ainda vários projetos dentro da questão literatura: pesquisa, incremento do blogue e a abertura de um canal de divulgação da literatura lusófona africana. O que permitirá uma maior abertura e uma maior consciência de um universo lusófono desconhecido até agora, com outras vozes e outras conexões. Quero manter a minha presença em ações no Brasil e em Portugal. E, por fim, tenciono, de forma mais efetiva e inovadora, uma presença na área da literatura e das artes (em ilustração e fotografia, principalmente). Pretendo pensar e refletir sobre Angola e África, com um projeto prático-ativo ainda em estudo.

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Nota da Redacção:

1 – A propósito da referência ao livro “Nós Matámos o Cão-Tinhoso”, da autoria de Luís Bernardo Honwana, convidamos os leitores a revisitarem o terceiro episódio de “Diálogos Atlânticos”, em que este escritor moçambicano e o seu romance constituem o tema central do debate, também em torno do racismo, da questão colonial e da discriminação.

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02/01/2025

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Lurdes Breda

http://www.lurdesbreda.wordpress.com/

Lurdes Breda escreve, sobretudo, para crianças e jovens. É autora de dezenas de obras, algumas das quais integram o Plano Nacional de Leitura e estão editadas em Portugal, no Brasil e em Moçambique. Em 2005, foi distinguida com o Prémio “Mulheres de Valor” e, em 2014, recebeu a Medalha de Mérito Municipal Cultural, em Montemor-o-Velho. Em Maio de 2024, recebeu a “Comenda Dom Pedro II – por honra e mérito do seu trabalho, ligado à educação, cultura e bem-estar social”, atribuído pela Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas, do Brasil. Em 2021, foi uma das mulheres contempladas no projecto “As Mulheres na Cultura e na Salvaguarda do Património Imaterial da Região Centro”, desenvolvido pela Direcção Regional de Cultura do Centro. Participa em actividades inclusivas e de cidadania, bem como na promoção do livro e da leitura, principalmente, em escolas e em bibliotecas de todo o país.

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