Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina de 2022

 Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina de 2022

Créditos de imagem: Angela Weiss/AFP (pt.euronews.com)

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O Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina foi atribuído ao sueco Svante Pääbo, “pelas suas descobertas sobre os genomas dos hominídeos extintos e a evolução humana”.

Créditos de imagem: Angela Weiss/AFP (pt.euronews.com)
Cientista sueco Svante Pääbo.
(Créditos de imagem: Getty Images –
www.thehindu.com)

A humanidade sempre esteve intrigada com as suas origens. De onde viemos e como estamos relacionados com aqueles que vieram antes de nós? O que nos torna, Homo sapiens, diferentes dos outros hominídeos?

Através da sua pesquisa pioneira, Svante Pääbo conseguiu algo aparentemente impossível: sequenciar o genoma do Neandertal (Homo neanderthalensis), um parente extinto dos humanos de hoje. Fez também a sensacional descoberta de um hominídeo anteriormente desconhecido, com recurso aos dados genéticos de um fragmento de osso encontrado na Sibéria: Hominídeo de Denisova.

De acordo com um estudo de 2010, os Neandertais e os Denisovans estavam intimamente relacionados. As comparações de ADN sugerem que os nossos ancestrais divergiam há cerca de 500 mil anos.
(Créditos de imagem: Instituição Chip Clark, Smithsonian – National Geographic)

É importante notar que Pääbo também descobriu que a transferência de genes destes hominídeos, agora extintos, para o Homo sapiens tinha ocorrido após a migração para fora de África, há cerca de 70 mil anos. Este antigo fluxo de genes para os humanos actuais tem hoje relevância fisiológica, afectando, por exemplo, a forma como o nosso sistema imunitário reage às infecções.

(© The Nobel Committee for Physiology or Medicine – Ilustração de Mattias Karlén)

A investigação seminal de Pääbo deu origem a uma disciplina científica inteiramente nova, a Paleogenómica, na qual são utilizados os métodos da Genética aplicados ao estudo dos primeiros humanos e demais populações posteriormente desaparecidas. Ao revelar diferenças genéticas que distinguem todos os humanos vivos dos hominídeos extintos, as suas descobertas fornecem a base para explorar o que nos torna unicamente humanos.

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(*) Artigo no âmbito do programa “Cultura, Ciência e Tecnologia na Imprensa”, promovido pela Associação Portuguesa de Imprensa.

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27/10/2022

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António Piedade

Bioquímico e comunicador de Ciência. Publicou centenas de artigos e crónicas de divulgação científica na imprensa portuguesa e 20 artigos em revistas científicas internacionais. É autor de diversos livros de divulgação de Ciência, entre os quais se destacam “Íris Científica” (Mar da Palavra, 2005 – Plano Nacional de Leitura), ”Caminhos de Ciência”, com prefácio de Carlos Fiolhais (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011) e “Diálogos com Ciência” (Trinta Por Uma Linha, 2019 – Plano Nacional de Leitura), também prefaciado por Carlos Fiolhais. Organiza regularmente ciclos de palestras de divulgação científica, a exemplo do já muito popular “Ciência às Seis”, no Rómulo Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra. Profere regularmente palestras de divulgação científica em escolas e outras instituições.

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