Rugas do futuro
Álvaro Laborinho Lúcio. (observalinguaportuguesa.org)
Laborinho Lúcio não foi só um homem de imensa cultura e extrema afabilidade. Foi também o que se pode dizer “um homem bom”. Sem ingenuidade, antes por uma enorme sapiência humanista. Tenho pena de não ter podido privar de perto com ele. Cruzei-me, acidentalmente, com ele duas vezes. E vi-o em vários actos culturais, incluindo em três ou quatro encenações minhas.

É uma geração de inigualáveis que se vai perdendo. Talvez Deus os tenha querido poupar ao mais reles a que ainda vamos (enquanto sociedade) baixar. Emergirão depois de cairmos no (inevitável) pesadelo. Serão faróis do futuro. Até as rugas assinalam, mais do que o tempo que passaram, aquele em que voltarão como referência.
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27/10/2025