Vénus: o planeta do mistério e do extremo
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Vénus, o segundo planeta mais próximo do Sol, é um mundo fascinante e, ao mesmo tempo, extremamente hostil. Apesar de ser o objecto natural mais brilhante no céu, depois do Sol e da Lua, e de ter sido observado desde a Antiguidade, Vénus guarda muitos mistérios que ainda desafiam os cientistas.
Um inferno quente e azedo
A superfície de Vénus é um verdadeiro Inferno. Coberta por nuvens densas e amarelas de ácido sulfúrico, a temperatura média na sua superfície supera os 460°C, está quente o suficiente para derreter chumbo. A pressão atmosférica é 90 vezes maior do que a da Terra, constituindo o equivalente a estar a um quilómetro de profundidade no oceano terrestre.
A atmosfera venusiana é composta, principalmente, de dióxido de carbono, o que provoca um efeito de estufa descontrolado, aprisionando o calor e tornando o planeta incrivelmente quente. Além disso, a rotação de Vénus é extremamente lenta e retrógrada, ou seja, gira no sentido oposto à maioria dos planetas.
Um passado misterioso
Acredita-se que Vénus tenha tido um passado mais ameno, com oceanos de água líquida e uma atmosfera mais fina. Todavia, algum evento catastrófico, possivelmente um intenso vulcanismo, desencadeou o efeito de estufa descontrolado que, hoje, apresenta.
Exploração de Vénus
Devido às condições extremas da superfície, a exploração de Vénus é um desafio. No entanto, diversas sondas espaciais já foram enviadas para estudar o planeta, como as missões Venera, da ex-União Soviética, e Magellan (ou Magalhães) da agência espacial norte-americana NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço). Essas missões proporcionaram imagens da superfície e dados sobre a atmosfera, mas ainda há muito para ser descoberto.
Por que estudar o planeta Vénus?
O estudo de Vénus é fundamental para entendermos a formação e a evolução dos planetas rochosos, como a Terra. Além disso, as condições extremas de Vénus podem servir como um modelo para analisar outros planetas com atmosferas densas e quentes, como os exoplanetas.
O futuro da exploração de Vénus
No futuro, novas missões espaciais estão a ser planeadas para explorar Vénus. Sondas mais resistentes ao calor e à pressão poderão descer à superfície venusiana e recolher amostras, enquanto orbitadores poderão mapear a superfície em alta resolução e estudar a atmosfera com mais detalhe.
Em resumo, Vénus é um planeta cheio de contrastes. Embora seja o nosso vizinho cósmico mais próximo, ele é um mundo completamente diferente da Terra. Ao estudarmos Vénus, podemos desvendar os mistérios da formação planetária e aprendermos mais sobre o nosso lugar no Universo.
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(*) Artigo no âmbito do programa “Cultura, Ciência e Tecnologia na Imprensa”, promovido pela Associação Portuguesa de Imprensa.
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23/09/2024