A chuva

(Créditos fotográficos: Afonso Azevedo Neves – Unsplash)
Na passada quinta-feira, em Lisboa, estávamos sentados no sofá da sala e escutámos o som pela primeira vez neste ano. Desconfie… Será que era o que eu imaginava? Preferi não falar nada e o seriado continuou a passar… Passados uns minutos, aquele ruído voltou e veio a certeza. Pausámos o seriado e outra trovoada apareceu. O anúncio de uma chuva de verão!

Fui para a janela, senti o cheiro de chuva quando toca o passeio, vi a luz de um relâmpago e a trovoada apareceu de novo. Ah, com que saudades eu estava!
Trovões, trovoadas, raios e cheiro de rua molhada. Sensações tão comuns para anunciar o verão, que me fazem lembrar da terra onde nasci.
Já faz mais de um mês que a pior tragédia climática, e descaso climático, aconteceu no Rio Grande do Sul (RS), no Brasil, onde eu nasci e vivi por 30 anos. Essa é a maior catástrofe ambiental, climática e social que já aconteceu e que atinge cerca de 80% do território do estado.
Há mais de um mês, milhares de pessoas perderam tudo e continuam a viver na insegurança de que talvez não possam voltar para o lugar que antes chamavam de casa.
Naquela quinta-feira, ao escutar o trovão, fui levada por memórias da cidade que me lembra aconchego. Entretanto, ao mesmo tempo, eu sei que esse barulho talvez nunca mais seja sinónimo de aconchego para os meus…
Se você ainda não ajudou e pode ajudar, doe para o RS e ajude milhares de pessoas a se reconstruir.
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13/06/2024