Os apitos portugueses

(Créditos fotográficos: Mdreza Jalali – Unsplash)

Ele é no trânsito e no futebol! Qualquer condutor cujo carro que demore dois segundos a arrancar ouve logo apitadelas. Parece-me que os automobilistas sabem apitar melhor do que esperar para um idoso passar. Em Lisboa, faz uns anos, vi mesmo (e interpelei) uma besta a apitar para o carro à sua frente que aguardava (numa passadeira em que acabara de cair o vermelho) que uma idosa atravessasse, no passo que a idade lhe permitia (e iniciada a marcha com o sinal verde), a rua.
Nos campos de futebol, os árbitros estragam o futebol a apitar coisas que são mero contacto físico e, em contrapartida, são capazes, perante uma agressão, de ir conversar com o jogador, quando aí só há uma coisa a fazer: mostrar o cartão vermelho. Assim como deixam fazer “montinho” à sua volta, em vez de rapar logo do cartão amarelo.

Para não parecer clubismo dou dois exemplos: Eusébio quando corria para a baliza não “cavava a falta” (como dizem, estupidamente, os locutores). Ia enquanto podia, porque do que gostava de jogar, e jogava muito bem, era futebol. O actual Futebol Clube do Porto tem, nos jogos nacionais, uma média de 12 apitadelas de contacto físico; nos jogos internacionais a média é de 2. Joga da mesma maneira, o que faz a diferença são os árbitros internacionais e os jogadores adversários que querem jogar.
Podiam juntar-se automobilistas desses e árbitros destes e meter o apito num sítio que eu cá sei. A todos, falta maturidade e personalidade para saber conduzir um carro ou um jogo.
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09/10/2025