Outros três astroblemas
Cratera de Vredefort
O mais antigo e o maior astroblema terrestre conhecido situa-se na África do Sul, a cerca de 120 quilómetros (km) a sudoeste de Joanesburgo, no local em cujo centro surgiu a pequena cidade de Vredefort. Estima-se que, há uns 2100 milhões de anos (Ma), no Proterozóico Inferior, um meteoro com seis a 10 quilómetros de diâmetro, animado de uma velocidade na ordem dos 20 quilómetros por segundo (km/s), abriu ali uma cratera com 380 km de diâmetro.
A grande magnitude deste evento, uma das maiores e com maior libertação de energia, cujos efeitos ainda são visíveis, terá provocado mudanças geológicas e ao nível da evolução biológica, que a imensidade de tempo, entretanto decorrido, apagou. Diga-se que, nesses recuados tempos, a vida estava confinada ao mar e, essencialmente, sob a forma de algas, de que o correspondente registo é insignificante.
Perfeitamente conservada, no que se refere à sua origem, a cratera de impacto de Vredefort foi declarada, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2005, Património Mundial da Humanidade.
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Cratera de Wolfe Creek
Com mais de 875 metros de diâmetro e 60 metros de profundidade, este astroblema situa-se no Parque Nacional de Wolfe Creek, na Austrália, no local designado, pelo povo aborígene Djaru, por “Kandimalal”.
A respectiva cratera, criada há uns 120 mil anos, ainda muito bem conservada, regista a queda de um corpo meteórico com um diâmetro estimado em cerca de 15 metros, animado de uma velocidade na ordem dos 17 km/s.
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Cratera de Aorounga
Localizada no deserto do Saara, mais precisamente, no Centro-Norte do Chade, é uma das crateras de impacto mais bem preservadas do Mundo. Com um diâmetro de 12,6 km e uma idade estimada entre 370 Ma e 345 Ma (Devónico Superior a Carbonífero Inferior), conserva uma zona central ou pico, cercada por uma depressão em anel invadida por areia que, por sua vez, é envolvida por um rebordo rochoso.
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Nota da Redacção:
1 – Este artigo dá continuidade aos textos de divulgação científica “Astroblemas” e “Cratera do Meteoro ou de Barringer”, “Cratera oculta de Chicxulub”, “Nördlingen: uma cidade no interior de um astroblema” e “O Lago de Manicouagan”, todos da autoria de António Galopim de Carvalho e publicados, respectivamente, nas edições de 27/05/2024, de 30/05/2024, de 03/06/2024, de 06/06/2024 e de 10/06/2024 do jornal sinalAberto.
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13/06/2024