Viver e morrer no gueto de Gaza

 Viver e morrer no gueto de Gaza

Resíduos continuam a acumular-se e a água corrente é escassa em Gaza. (© Unrwa – news.un.org)

As tropas israelitas continuam a matar em Gaza e a condenar um povo inteiro à fome. Fazem-no às ordens de um assassino e sob o silêncio cúmplice da camarilha europeia chefiada por Ursula von der Leyen. Benjamin Netanyahu também conta com os bons serviços de chefes militares como Tom Radakin (chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Reino Unido).

Destruição e morte na Faixa de Gaza. (© OMS – news.un.org)

Netanyahu fez da Faixa de Gaza um gueto onde nem as crianças são poupadas às balas e às bombas, pois o criminoso tem um objectivo bem claro: fazer uma limpeza étnica e tornar a Faixa numa Riviera. Tal qual deseja o seu amigo e principal parceiro de negócios, Donald Trump.

Marcel Reich-Ranicki, em 2007.
(pt.wikipedia.org)

A Faixa de Gaza é, hoje, um campo de extermínio. Um gueto que condena à morte o martirizado povo palestiniano, sob o silêncio cúmplice da União Europeia e das Nações Unidas. Um horror que deveria fazer corar de vergonha todos os povos do Mundo.

Estamos a escassos dias de assinalar os 80 anos da vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazi, a 8 de Maio de 1945. Urge que todos manifestemos solidariedade com o povo da Faixa de Gaza e exijamos o fim do gueto.

O gueto de Gaza envergonha igualmente o povo de Israel. Aquele que exige, nas ruas, o fim da guerra e clama contra o governo de extrema-direita chefiado por Benjamin Netanyahu.

(goodreads.com)

O povo de Israel que ainda tem bem presente os horrores praticados pela nazis no Gueto de Varsóvia e que o crítico literário Marcel Reich-Ranicki (1920-2013) dá a conhecer na sua autobiografia “Minha vida”.

Desta obra e do capítulo “A caça é um prazer”, respigo o seguinte trecho: “[…] Assim era: cada alemão que vestisse um uniforme e tivesse uma arma podia, em Varsóvia, fazer a um judeu o que quisesse. Ele podia obrigá-lo a cantar, a dançar ou fazer nas calças, ou ajoelhar-se perante ele rogando pela sua vida. Ele podia ordenar a uma judia que se despisse, que limpasse o passeio com a sua roupa interior e depois que urinasse em frente de toda a gente. Ninguém estragou o divertimento aos alemães que se entregaram a estes passatempos, ninguém os impediu de maltratar os judeus, ninguém os chamou à responsabilidade.”

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Nota do Director:

O jornal sinalAberto, embora assuma a responsabilidade de emitir opinião própria, de acordo com o respectivo Estatuto Editorial, ao pretender também assegurar a possibilidade de expressão e o confronto de diversas correntes de opinião, declina qualquer responsabilidade editorial pelo conteúdo dos seus artigos de autor.

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05/05/2025

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Soares Novais

Porto (1954). Jornalista. Tem prosa espalhada por jornais, livros e revistas. “Diário de Notícias”, “Portugal Hoje”, “Record”, “Tal & Qual” e “Jornal de Notícias” (JN) são algumas das publicações onde exerceu o seu ofício [Fonte: “Quem é Quem no Jornalismo”, obra editada pelo Clube de Jornalistas, em 1992]. Assinou e deu voz a crónicas de rádio. Foi delegado sindical e dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) [no biénio de 1996/97, sendo a Direcção do SJ presidida por Diana Andringa], da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) e membro do Conselho de Redacção do JN, do qual foi editor-adjunto do “Gabinete de Reportagem” e do “Desporto”. É autor do romance “Português Suave – Cuidado com cão” [1.ª edição “Euroedições”, em 1990; 2.ª edição “Arca das Letras”, em 2004], do livro de crónicas “O Terceiro Anel Já Não Chora Por Chalana”, da peça de teatro “E Tudo o Espírito Santo Levou” e da obra para a infância “A Família da Gata Pintinhas”. É um dos autores portugueses com obra publicada pela Editora Thesaurus, de Brasília. Actualmente, integra a Redacção do jornal digital “sinalAberto”.

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