Caro Ricardo Quaresma 

O Ricardo Quaresma, bem como o seu filho mais velho, o Ricky, de oito anos, a professora Mariana Cartaxo e a Federação Portuguesa de Futebol estão de parabéns e merecem nota 20 pelo filme que lançaram a homenagear todos os professores em Portugal, reconhecendo e agradecendo, cito, “o modo como se reinventaram para cumprir as suas funções de educadores, mesmo à distância e durante longos confinamentos”.

Esta vossa homenagem serve também para lembrar os problemas resultantes das carências tecnológicas, da falta de internet, dos contextos sociais complicados, às vezes a obrigar a partilhas de espaços muito acanhados, um leque de vicissitudes conhecidas que não esmoreceram a dedicação dos professores portugueses, neste esforço colectivo de enfrentar esta situação tão grave que o Mundo, em pandemia, vive.

Há uns anos, um grande treinador de basquetebol que entrevistei para o Jornal de Notícias, dizia-me que o futebol é um dos raros desportos que castiga o uso das mãos no jogo, com a excepção dos guarda-redes. Em contraste com a maioria dos desportos e em contraste com esta nossa capacidade de usarmos as mãos para quase tudo, para escrever, para desenhar, para pintar, para agarrar, para acariciar. É verdade, mas o futebol é também uma das actividades que mais gente mobiliza e emprega em todo o Mundo, com todo o peso e influência que isto implica.

Daí a importância do vídeo que a Federação Portuguesa de Futebol fez questão de produzir e divulgar. Um vídeo onde o Ricardo Quaresma, o seu filho Ricky e a professora Mariana Cartaxo são protagonistas, o Ricardo e principalmente o Ricky mais do que a professora ali filmada a comover-se pelos agradecimentos de que é alvo enquanto professora.

Quem vê esse trabalho, acessível no site da Federação Portuguesa de Futebol (www.fpf.pt) também corre o risco de comover-se. E não há mal algum quando ainda temos capacidade para a comoção. É só isto que eu lhe quero dizer, enviando-lhe este postal com uma aguarela da minha autoria onde tento recriar a imagem do próprio Quaresma com a camisola 20 da Selecção Nacional que ultimamente tem vestido.

Vinte é aquela nota que se atribui aos trabalhos de excelência.

Com admiração

Júlio Roldão

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Júlio Roldão

É jornalista desde 1977. Nasceu no Porto, em 1953, e estudou em Coimbra, onde passou, nos anos 70, pelo Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) e pelo Círculo de Artes Plásticas (CAPC), tendo, em 1984, regressado ao Porto, onde vive.

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